Alunos açorianos "respondem em peso" a rastreio nas escolas dos 1.º e 2.º ciclos
17 de set. de 2021, 07:23
— Lusa/AO Online
"Contactei
diversos encarregados de educação diretamente e a receção que tive foi a
melhor. Os pais achavam todos muito bem a realização destes testes.
Alguns pais do 1.º ciclo não autorizaram, mas foi muito residual. No
geral há uma grande adesão", contou à Lusa o presidente do conselho
executivo da EBI dos Ginetes, Paulo Silva. A
iniciativa da Secretaria Regional da Saúde abrange um universo de 12
mil alunos dos 1.º e 2.º ciclos das ilhas de São Miguel e da Terceira,
nos Açores, e o presidente do conselho executivo da EBI dos Ginetes
destacou à agência Lusa a importância da testagem dos alunos, apesar de o
ano letivo já ter arrancado."Esta
testagem é sempre importante para percebermos realmente se temos alguns
casos na unidade orgânica. Esta é uma maneira de conseguirmos detetar
eventuais infeções", sublinhou Paulo Silva, realçando que a testagem
abrangerá alunos "na faixa etária até aos 12 anos".A
EBI dos Ginetes é um dos estabelecimentos escolares da ilha de São
Miguel onde arrancou hoje o rastreio à covid-19, em simultâneo com os
estabelecimentos escolares de, Candelária, Feteiras, Mosteiros e Sete
Cidades, no concelho de Ponta Delgada. Neste primeiro dia, Ponta Garça, no concelho de Vila Franca do Campo, é também abrangida pela testagem.Ao início da manhã estava tudo a postos para que os alunos fossem testados no interior das salas de aulas.Numa
das salas da EBI dos Ginetes, o professor Luís Quadros, docente de
História e Geografia de Portugal do 2º ciclo, realçou o objetivo
primordial desta operação: "despertar também a sociedade"."É
importante realizar estes testes na escola. É uma forma dos alunos
estarem despertos e da sociedade estar também desperta, porque ainda não
estamos livres desta pandemia, apesar do avanço da vacinação",
sublinhou.Luís
Quadros realça o esforço de testagem, lembrando que "todos podem ser
alvo deste vírus, mesmo os mais jovens", apesar de "alguns" acharem que
"estão imunes".Na sala de aula, Clara Oliveira, 10 anos, aguardava com "algum nervosismo" a sua vez."Acho importante, mas não sei como se faz, Nunca fiz um teste, mas os meus pais deram logo autorização", referiu a aluna à Lusa.Também Jaime Vasconcelos, de nove anos, disse nunca ter sido testado à covid-19, confessando estar "um pouco ansioso"."Acho
muito importante prevenir. Tenho sempre muitos cuidados, mas sinto-me
um pouco preocupado com a situação desde que surgiu o covid-19", contou.O
presidente do conselho de administração da Unidade de Saúde de Ilha de
São Miguel (USISM), Pedro Santos, explicou aos jornalistas que, "na ilha
de São Miguel, serão cerca de oito mil crianças dos 1.º e 2.º ciclos"."Hoje
vamos testar cerca de 400 crianças. Começamos pela zona das Feteiras,
Ginetes, Mosteiros, Sete Cidades e Candelária e também iniciamos hoje em
Ponta Garça e na sexta-feira continuamos nas restantes freguesias",
referiu.O
responsável realçou estar em causa "mais uma forma de prevenir e detetar
eventualmente algum surto" de covid-19, "apesar da situação
epidemiológica da ilha de São Miguel", de "muito baixo risco".Pedro Santos lembrou que os alunos serão testados através de um método não invasivo - colheita por saliva.Mas "a fiabilidade é a mesma" do que dos testes feitos com zagatoa, assegurou."Os
pais mostraram-se recetivos. As recusas têm sido residuais",
acrescentou o responsável da USISM, indicando que a operação de testagem
está prevista "terminar em final de outubro para os 1.º e 2.º ciclos".A operação decorre de segunda a sexta-feira, em horário escolar, num processo conduzido pela USISM.Na ilha Terceira, o rastreio, a cargo da Unidade de Saúda de ilha, começa na sexta-feira na EBI de Angra do Heroísmo. Os
encarregados de educação que não autorizarem que os seus filhos sejam
testados terão de manifestar essa intenção junto das escolas.