Aluno do politécnico de Viana do Castelo deteta falha na ‘Stayaway Covid’
Covid-19
11 de mai. de 2021, 11:02
— Lusa/AO Online
Em nota publicada no seu
sítio oficial na Internet, o IPVC explica que o ‘bug' foi detetado
durante a investigação realizada por Henrique Faria, no âmbito da sua
tese de mestrado de Cibersegurança.“Na
prática, a vulnerabilidade detetada, agora identificada como
‘advertising overflow’, permite que um atacante interrompa a transmissão
Bluetooth do GAEN (Google/Apple Exposure Notification) com uma
aplicação maliciosa instalada no mesmo dispositivo”. Este
ataque, explicam os responsáveis pela investigação, "compromete o
comportamento de rastreamento esperado nesta ‘app’, não permitindo a
transmissão de dados". "Num cenário real,
este ataque pode, dependendo de quão disseminado está entre os
dispositivos, efetivamente parar ou reduzir drasticamente o rastreamento
e a eficiência do GAEN porque nenhum desses dados serão transmitidos",
adianta o IPVC.Ou seja, acrescenta a nota,
"qualquer utilizador confirmado como infetado e que envie os seus dados
para que outros utilizadores possam verificar se foram expostos, não
acionará nenhum aviso de exposição. A implementação deste ataque num SDK
que seja usado por muitas aplicações pode comprometer a eficácia do
sistema de rastreamento de contactos em vários países", sustentam.A
falha "foi reportada e depois reconhecida pela Google, e mereceu a
colocação do aluno e dos dois docentes orientadores - Pedro Pinto e Sara
Paiva, no Quadro de Menções Honrosas" da empresa multinacional de
serviços ‘online' e ‘software' dos Estados Unidos da América.Esta
falha "foi reportada à Google no programa de recompensa de
vulnerabilidades (Google Vulnerability Reward Program), sendo que a
análise da empresa confirmou a existência desta vulnerabilidade”.
A Google e a Apple "desenvolveram o sistema ‘Exposure Notifications’
para permitir rastrear contactos entre utilizadores e a possibilidade de
infeção com o vírus Covid-19". Aplicações
como a ‘Stayaway Covid' "recorrem ao GAEN para, através do Bluetooth,
trocarem identificadores anónimos que mais tarde serão utilizados para
verificar a possibilidade de infeção. Caso isso se verifique, o
utilizador recebe uma notificação no seu dispositivo a informar que
esteve exposto a alguém infetado".Lançada
em setembro de 2020, a aplicação móvel permite rastrear de forma rápida e
anónima, através da proximidade física entre ‘smartphones', as redes de
contágio por covid-19, informando os utilizadores que estiveram, nos
últimos 14 dias, no mesmo espaço de alguém infetado com o novo
coronavírus.Com cerca de cinco mil alunos,
o IPVC tem seis escolas - de Educação, Tecnologia e Gestão, Agrária,
Enfermagem, Ciências Empresariais, Desporto e Lazer -, ministrando 28
licenciaturas, 40 mestrados, 34 Cursos de Técnicos Superiores
Profissionais (CTESP) e outras formações de caráter profissionalizante.Além
das escolas superiores de saúde, educação e tecnologia e gestão,
situadas em Viana do Castelo, o IPVC tem escolas superiores instaladas
em Ponte de Lima (Agrária), Valença (Ciências Empresariais) e Melgaço
(Desporto e Lazer).