Alto-Comissário dos Direitos Humanos pede investigação aos atos de violência na Catalunha
2 de out. de 2017, 12:05
— Lusa/AO online
Em comunicado, o máximo
responsável dos Direitos Humanos da ONU, Zeid Ra'ad Al Hussein, disse
que a resposta da polícia nestas situações deve ser "proporcional".De
acordo com o governo regional catalão, 893 pessoas ficaram feridas no
domingo na Catalunha, na sequência de confrontos entre as polícias
nacionais espanholas e cidadãos que pretendiam votar num referendo pela
independência na região.Pelo menos nove agentes da polícia e dois
elementos da Guardia Civil também ficaram feridos nos confrontos, que
visavam impedir a votação ilegal.Zeid Ra'ad Al Hussein
acrescentou ainda que a presente situação "deve resolver-se através do
diálogo político, com total respeito pelas liberdades democráticas".A
justiça espanhola considerou ilegal o referendo pela independência
convocado para domingo pelo governo regional catalão e deu ordem para
que a polícia regional fechasse os locais de votação.Face à
inação da polícia regional, os Mossos d’Esquadra, em alguns locais,
foram chamadas a Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola. Foram
estes corpos de polícia de âmbito nacional que então protagonizaram os
maiores momentos de tensão para tentar impedir o referendo.A
Guardia Civil e a Polícia Nacional espanhola realizaram cargas policiais
e entraram à força em várias assembleias de voto que tinham sido
ocupadas por pais, alunos, residentes e cidadãos em geral numa tentativa
de garantir que os locais permaneceriam abertos.Estas forças
retiraram pessoas que ocupavam locais de votação, tendo mesmo ocupado o
pavilhão desportivo da escola em Girona onde deveria votar o líder da
Generalitat, Carles Puigdemont.O presidente catalão acabaria por votar noutro local.Além
destas situações, houve ainda confrontos noutros locais, nomeadamente
na sala de exposições de Sant Carles de la Ràpita (Terragona) e na
Escola Rius i Taule (Barcelona), segundo relatos de repórteres das
agências noticiosas internacionais.