Altice reitera que calendário de migração da TDT proposto pela Anacom é impossível de cumprir
5G
15 de nov. de 2019, 10:38
— Lusa/AO Online
A
dona da Meo apresentou na quinta-feira à Autoridade Nacional de
Comunicações (Anacom) "o planeamento detalhado de migração da rede com a
data de alteração de cada estação emissora, reiterando que o calendário
apresentado e que consta da decisão é irreal e impossível de cumprir",
refere a empresa, em comunicado.Aponta
que, "tendo em conta o atraso no anúncio da decisão (segunda semana de
outubro) e os resultantes constrangimentos de calendário, muito
salientados em comunicações anteriores, a Altice Portugal identifica
como calendário possível de cumprir (e num cenário em que não se
verifiquem mais atrasos), o início em 10 de fevereiro de 2020 e o fim em
24 de julho de 2020". "Este calendário
considera o prazo de quatro meses para a entrega dos equipamentos
necessários para a migração da rede TDT [televisão digital terrestre] e o
período de 'rollout' [desenvolvimento] de cinco meses e meio", salienta
a empresa liderada por Alexandre Fonseca."A
Altice Portugal considera que na calendarização que consta da decisão, a
Anacom não atendeu sequer aos prazos de entrega dos equipamentos
necessários, nomeadamente desconsiderando a necessidade de realização de
uma série de atividades de implementação técnica previstas para
execução em período anterior ao 'rollout', incluindo as relativas ao
piloto, à instalação de novos emissores e à instalação de sistemas
radiantes", argumenta.Perante isto, a dona
da Meo volta a rejeitar "qualquer responsabilidade pelo irrealismo do
calendário previsto na decisão, atento às advertências por esta
efetuadas e plano operacional de operação atempadamente apresentado,
defendido e fundamentado, tanto do ponto de vista institucional como
através de demonstrações operacionais".A
empresa "garante, no entanto, que o seu planeamento não coloca em causa
nem o processo de libertação da faixa dos 700 MHz, nem os procedimentos
de atribuição dos DUF [Direito de Uso de Frequências] para prestação de
serviços de comunicações eletrónicas terrestres nesta faixa, cuja
conclusão a Anacom prevê realizar-se entre junho e agosto de 2020”.Ou
seja, “o que se retira é que mesmo com o prazo realista e exequível
proposto pela Altice Portugal, os prazos apresentados pelo regulador, de
libertação de faixa e libertação dos DUF, serão cumpridos", acrescenta.Relativamente
à calendarização do piloto, no dia 27 de novembro, e à instalação de
novos emissores, "a Altice Portugal acredita ser possível realizar,
graças a todo o esforço desenvolvido pelas suas equipas de engenharia e
operações", afirma. A dona da Meo reitera
ainda a sua "preocupação no que concerne ao apoio ao utilizador TDT e
rejeita qualquer responsabilização por problemas que ocorram no
atendimento que presta através da sua linha de apoio" resultantes de
"lacunas e insuficiências no plano desenhado e de suporte ao utilizador
no âmbito do processo de migração". A
operadora garante que "veiculará através de todos os meios ao seu
alcance que em nada tem que ver com este procedimento e não admitirá
danos de imagem por planos ou projetos mal desenhados e incapazes de
fazer face às exigências que este processo obriga". Em
08 de outubro, a Anacom anunciou o plano de desenvolvimento da migração
da rede TDT para libertar a faixa dos 700 MHz e o respetivo calendário.Depois
da alteração do emissor de Odivelas Centro, no dia 27 de novembro, as
alterações dos restantes emissores que compõem a rede de TDT começam
entre a terceira semana de janeiro e a primeira semana de fevereiro de
2020 e terminam no dia 30 de junho de 2020, refere o calendário do
regulador. O processo arranca no sul do país e terminará nas regiões
autónomas dos Açores e da Madeira.A Meo
tinha até esta sexta-feira para enviar à Anacom o plano detalhado da alteração dos
240 emissores que compõem a rede de TDT, tendo enviado o documento na
quinta-feira (14 de novembro).