Altice reage com “perplexidade e preocupação” à redução de preços anunciada pela ANACOM
14 de nov. de 2018, 07:34
— Lusa/AO Online
"A
obsessão da ANACOM neste ‘modus operandi' de diálogo zero com os
operadores, de decisões cabalmente unilaterais, inexplicáveis e sem
qualquer base racional, revelam uma necessidade de protagonismo
mediático exacerbado, que tem vindo a delapidar o setor, de há um ano a
esta parte e que começa a ter consequências negativas na economia do
país", lê-se num esclarecimento à imprensa. A
Altice salienta, por outro lado, que o momento do anúncio - no dia 07
de novembro - não foi "feliz" para a ANACOM, atendendo a que na altura
decorria no país o maior evento tecnológico de cariz mundial - a Web
Summit 2018.A empresa refere que esta postura promove nos operadores a "retração total" a este tipo de iniciativas de investimento.A
Altice Portugal salienta ainda que "existe um claro risco de
desinvestimento" do grupo na economia portuguesa, considerado que tal é
"fruto da redução artificial de rentabilidade da empresa, decorrente
deste tipo de decisões de um regulador que em nada estimula o setor das
comunicações".A empresa recorda que esta é já a terceira redução de preços em apenas três anos: 50% em 2015, 72% em 2016 e agora de mais 10%."A
Altice Portugal é o único operador que detém a propriedade dos cabos
submarinos que interligam o Continente e as regiões autónomas, pelo
facto ter sido e continuar a ser o único operador a realizar elevados
investimentos", refere o comunicado, vincando ainda que é o "único
operador prejudicado com estas reduções", não havendo "qualquer
consequência positiva" nos preços aos clientes finais.A
ANACOM aprovou na semana passada, após reunião do conselho de
administração no Funchal, a descida de 10% no preço máximo dos circuitos
de telecomunicações por cabo submarino entre o continente e as regiões
autónoma da Madeira e dos Açores."Temos
procurado criar condições para que todas as empresas que queiram estar
presentes na Madeira não possam invocar que os preços do aluguer dos
circuitos do cabo submarino são muito elevados", disse na altura o
presidente da ANACOM, João Cadete Matos.O
responsável referiu-se, em concreto, às empresas Vodafone e Nowo e
salientou que, com a descida agora aprovada, os preços dos circuitos CAM
(Continente, Açores e Madeira) registam já uma redução acumulada
superior a 86% desde 2015.