Alterações aos recibos verdes ainda este ano e TSU deverá ficar para 2019
20 de out. de 2017, 19:17
— LUSA/AO online
Numa conferência para apresentar
o Orçamento da Segurança Social para 2018, o ministro Vieira da Silva
disse que é “intenção” do Governo “cumprir o prazo de 2017” para
apresentar as alterações ao regime contributivo dos trabalhadores
independentes.A solução “está a ser trabalhada” e vai no sentido
de garantir que o esforço contributivo dos trabalhadores independentes
“é adequado aos seus rendimentos reais” e para impedir que os
trabalhadores a recibos verdes tenham uma proteção mínima. “Mais
de metade” dos trabalhadores a recibos verdes descontam o mínimo “e isso
irá traduzir-se numa pobre carreira contributiva”, sublinhou Vieira da
Silva, acrescentando que o Governo está também a estudar o conjunto de
prestações sociais a que têm direito esses trabalhadores.Questionado
sobre se a diferenciação da TSU por tipo de contrato de trabalho irá
avançar em 2018, como inicialmente previsto, o ministro afirmou que o
debate será iniciado na concertação social, mas sem garantias de
conclusão no próximo ano.“Não tenho a certeza se esse trabalho
estará concluído em 2018, mas não afasto a possibilidade de resultados
ainda nesse ano", disse Vieira da Silva. O Jornal Económico deu hoje
como certo que a mudança na TSU só acontecerá em 2019. Em causa
está o agravamento da taxa contributiva por parte da entidade
empregadora para as empresas com elevado número de contratos a termo.Também
a segunda fase das alterações às reformas antecipadas, que acabou por
não ser incluída na proposta de OE2018, não deverá ter lugar no próximo
ano. “A segunda fase da alteração do quadro legislativo no que
toca à flexibilização voluntária da idade da reforma vai continuar a ser
trabalhada”, começou por dizer Vieira da Silva.Mas o ministro
sublinhou que a opção para 2018 é atualizar as pensões e privilegiar as
muito longas carreiras contributivas e, neste âmbito, o Governo acabou
por identificar “uma dimensão superior” de pensionistas abrangidos ao
que estimava inicialmente com esta medida.“O Orçamento é sempre um exercício de opções”, frisou o governante. Segundo
o documento distribuído na conferência de imprensa, cerca de 11.500
pensionistas serão abrangidos pelo novo regime de muito longas carreiras
contributivas, com um impacto orçamental estimado em 56 milhões de
euros. Este regime abrange trabalhadores que aos 60 anos ou mais
tenham 48 anos de contribuições e trabalhadores que descontam desde os
14 anos ou menos e que tenham pelo menos 46 anos de carreira. Estes
pensionistas podem reformar-se, desde outubro, sem qualquer corte na
pensão.