Alterações ao diploma dos professores devem ser votadas na próxima sexta-feira
7 de mai. de 2019, 16:00
— Lusa/AO Online
À proposta de
texto final, conhecida na passada sexta-feira, um dia depois das
votações na reunião de quinta-feira que aprovaram a contagem integral do
tempo de serviço dos professores, os grupos parlamentares não tiveram
hoje objeções de fundo a apresentar, dando, de forma global, o aval a
que o texto possa seguir para votação final em plenário, o que pode
acontecer na sexta-feira, dia 10, uma vez que as questões levantadas
pelos deputados são apenas de pormenor.Ainda
assim, Margarida Mano, do PSD, que considerou o texto final fidedigno
ao que foi aprovado na passada semana, insistiu que o relatório de
votações que acompanha o texto final deve ser mais fiel ao trabalho na
comissão na passada quinta-feira, dando um retrato fiel de tudo o que
foi votado para memória futura, incluindo as propostas vetadas.Margarida
Mano lamentou que na quinta-feira a proposta do PSD “tenha sido
desvirtuada com o chumbo do artigo número dois”, ou seja, com o chumbo
de parte da redação desse artigo que fazia depender das condições
económicas, do respeito pelas normas europeias e da sustentabilidade das
contas públicas a devolução do tempo aos professores, ou das duas
alíneas do artigo 2.º - A da proposta social-democrata, que também
impunha salvaguardas financeiras à devolução do tempo remanescente dos
dois anos, nove meses e 18 dias, ou seja, cerca de 6,5 anos restantes.Porfírio
Silva, do PS, disse que os socialistas gostariam que “ficasse claro”,
perante todas as considerações que foram feitas, “se há luz verde para
fechar este processo”.“Na opinião do PS é
preciso decidir esta questão o mais rapidamente possível, não
gostaríamos que fossem questões regimentais a impedir” a sua rápida
conclusão, disse o deputado.No fecho deste
ponto da ordem do dia, o presidente da comissão parlamentar de Educação
e Ciência, Alexandre Quintanilha, agradeceu aos deputados “o trabalho
de todos sobre este tema”, que, disse, “não é um tema fácil”.Serão
os serviços da Assembleia da República (AR) a agendar, de acordo com as
disponibilidades, a ida a plenário da votação final do texto resultante
da apreciação parlamentar ao diploma do tempo de serviço dos
professores, mas a expectativa é a de que a votação aconteça já no
plenário de sexta-feira, dia 10, uma vez que sem objeções de fundo por
parte dos grupos parlamentares e com apenas questões de pormenor a serem
acertadas, o texto está pronto para ser votado.Do
chumbo do texto final depende a continuidade do Governo em funções,
depois da ameaça de demissão do executivo feita pelo primeiro-ministro,
António Costa, na sexta-feira, de que se o parlamento aprovasse a
proposta saída da comissão parlamntar um dia antes, que, com os votos
favoráveis de BE, PCP, CDS-PP e PSD, acordava devolver os nove anos,
quatro meses e dois dias de tempo de serviço congelado aos professores
reivindicado pelos sindicatos.PSD e CDS-PP
já anunciaram que vão avocar para votação em plenário as propostas
chumbadas na comissão que faziam depender das condições financeiras do
país a devolução do tempo de serviço e BE e PCP, por seu lado,
anunciaram que vão manter o mesmo sentido de voto que tiveram na
especialidade.Isso significa que não
deverão aprovar as condições que a direita quer voltar a impor e que a
proposta deverá ser chumbada, deixando os professores sem nenhum dos
ganhos aprovados na passada quinta-feira.