Alívio pelo "não" escocês em Londres, Bruxelas e Madrid, tristeza em Edimburgo

19 de set. de 2014, 11:23 — Lusa/AO online

  Com uma participação recorde de 85,6 por cento, "não" foi o voto de 55,3% dos eleitores, 150 mil votos acima do número necessário para um dos campos vencer. Ainda de madrugada, o ministro principal escocês, Alex Salmond, reconheceu a derrota no referendo de independência no país e disse aceitar o veredito da população, apelando ainda a que os três grandes partidos do Reino Unido cumpram as promessas de conceder mais autonomia à região. No centro de Edimburgo, ativistas do "sim", que durante a noite e debaixo de chuva alimentaram a esperança da vitória, reagiram com tristeza e desânimo. Segundo contaram à Lusa dois portugueses emigrados na Escócia, as pessoas acordaram hoje em Glasgow cabisbaixas por ter sido rejeitada a independência, enquanto em Edimburgo o dia amanheceu sossegado, cancelados os festejos programados pelos defensores do "sim". O primeiro-ministro britânico, David Cameron, manifestou-se satisfeito pela decisão do povo escocês em manter unidas as "quatro nações" e disse que o “resultado foi claro” e que é uma “oportunidade” de mudar a forma como o país é governado. O presidente do parlamento europeu, Martin Schulz, disse estar aliviado com a vitória do "não" no referendo sobre a independência da Escócia. No mesmo sentido, o presidente do Conselho Europeu, Van Rompuy, saudou a opção dos escoceses, salientando que o Reino Unido “é e continuará a ser um importante membro da União Europeia, para benefício de todos os cidadãos e Estados-membros”. O presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso, disse que a recusa da independência pelos escoceses, em referendo, unifica e fortalece a Europa. Quanto a Mariano Rajoy, presidente do governo espanhol, felicitou os escoceses por terem recusado a independência, evitando assim as “graves consequências” que teria tido a separação do Reino Unido. O secretário-geral da NATO, Anders Fogh Rasmussen, disse respeitar a escolha feita pelos escoceses, manifestando-se convicto de que o Reino Unido continuará a desempenhar um papel de liderança no seio da Aliança Atlântica. As empresas escocesas cotadas na bolsa de Londres assim como a libra esterlina registaram uma subida de cotações depois de confirmada a vitória do "não".