“É claro que nós queremos e
vamos trabalhar parar eleger pelo menos um deputado por São Miguel e um
deputado pela ilha Terceira, se os açorianos assim entenderem. Esta
mudança tem de ser silenciosa, porque este PS nem permite que as pessoas
tenham a liberdade de votar em quem querem votar”, afirmou o presidente
do partido nos Açores, Paulo Silva.O
dirigente falava aos jornalistas, em Angra do Heroísmo, na entrega em
tribunal da lista pelo círculo eleitoral da ilha Terceira, que o próprio
encabeça.“Vivo em São Miguel há 30 anos.
Saí desta terra para estudar e constituí família lá e 30 anos depois,
vindo cá dezenas de vezes por ano, sinto, como todos os terceirenses
sentem, que a Terceira está pior do que há 30 anos”, apontou.O
candidato defendeu que é preciso “mudar o paradigma” dos Açores e os
“intérpretes”, que estão no poder há 24 anos e que impuseram uma
“democracia musculada para não dizer quase uma ditadura”.“A
grande diferença do partido Aliança é ser humanista, é ser personalista
e ser liberal. Não queremos este Estado sobre nós”, frisou.Segundo
Paulo Silva, o partido vai apresentar propostas na área da inclusão, da
inserção, do emprego, do desporto e da juventude.“Nunca
tivemos a ousadia de construir três residências universitárias nos
grandes centros, Lisboa, Porto e Coimbra, para que os nossos estudantes
vão estudar com dignidade, sem ter os custos exorbitantes que existem.
Só conseguem bolsa os alunos que têm uma disponibilidade financeira
muito reduzida. Todos os outros já não vão estudar, porque a classe
média desapareceu”, frisou.Aliar a cultura
ao turismo é outro dos compromissos do Aliança, sobretudo na ilha
Terceira, que, segundo Paulo Silva, “tem o maior potencial artístico per
capita do país”.“Temos de ter esta bolsa
de artistas a receber os turistas no aeroporto, no porto, no hotel, no
restaurante, no bar, na praça, na praceta... Temos de dar uma dimensão
de janeiro a janeiro para a economia local ter uma velocidade muito
diferente e para quem nos recebe ver a nossa cultura, a nossa
arquitetura e a nossa humanização, porque os terceirenses são
diferentes, têm uma forma diferente de receber”, sublinhou.Quanto
à lista do círculo eleitoral da ilha Terceira, o dirigente do
Aliança/Açores disse que é composta por “uma equipa transversal, muito
homogénea, que tem diversas profissões, que tem pessoas que nunca
estiveram ligadas à política e que têm um sentimento comum”.As próximas eleições para o parlamento açoriano decorrem em 25 de outubro.