Autor: Lusa/AO Online
“A questão foi discutida e os Aliados concordaram que não deveríamos ter aviões da NATO a operar no espaço aéreo ucraniano ou tropas da NATO no solo porque poderíamos acabar com uma guerra total na Europa”, declarou Jens Stoltenberg.
Falando em conferência de imprensa na sede da NATO, em Bruxelas, após uma reunião extraordinária do Conselho do Atlântico Norte, o principal organismo de decisão política da organização e no qual cada país-membro tem assento ao nível dos chefes de diplomacia, o líder da Aliança Atlântica explicou que “a única forma de implementar uma zona de interdição de voo seria enviando caças da NATO para o espaço aéreo da Ucrânia e, em seguida, abater aviões russos para o fazer cumprir”.
Porém, “temos a responsabilidade de evitar que esta guerra se agrave para além da Ucrânia porque isso seria ainda mais perigoso, mais devastador e causaria ainda mais sofrimento humano”, referiu Jens Stoltenberg.
E assegurou: “A NATO é uma aliança defensiva. Não queremos fazer parte do conflito na Ucrânia”.
A NATO reforçou as suas defesas no leste com o destacamento, pela primeira vez, da sua força de reação rápida, enviando milhares de tropas da Aliança para os países da zona oriental, colocando mais de 130 aviões de combate em alerta e mais de 200 navios no mar.
Na quinta-feira, o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, pediu um reforço do apoio dos países ocidentais, insistindo que a Rússia, se derrotar o seu país, atacará depois o resto da Europa de leste para chegar “ao Muro de Berlim”.
“Se desaparecermos, que Deus nos proteja, então será a Letónia, a Lituânia, a Estónia, etc... Até ao Muro de Berlim, acreditem em mim”, afirmou Zelensky, acrescentando que o Kremlin pode ter como objetivo reconstruir toda a esfera de influência europeia da URSS.
Pedindo aos ocidentais que imponham uma zona de exclusão aérea no seu país desafiou-os, exclamando: "Se não têm força para fechar o céu, então deem-nos aviões”.
Bruxelas acolhe ainda hoje uma outra reunião extraordinária, dos ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia, tal como a da NATO em formato alargado, e igualmente para discutir a guerra em curso na Ucrânia, ao nono dia da ofensiva militar russa.
Na
reunião de hoje do Conselho do Atlântico Norte, participou por
videoconferência o ministro dos Negócios Estrangeiros ucraniano, Dmytro
Kouleba.