Algumas consultas e exames adiados na maior unidade de saúde dos Açores

Greve/Saúde

2 de jul. de 2019, 14:44 — Lusa/AO Online

Maria Silva deslocou-se esta manhã de Rabo de Peixe, concelho da Ribeira Grande, ao Hospital do Divino Espírito Santo, em Ponta Delgada, mas acabou por ver a sua consulta adiada, devido à greve.“Tinha uma consulta porque tenho diabetes, mas foi cancelada. Não sabia desta greve”, disse à Lusa, à saída da maior unidade de saúde dos Açores. A idosa acrescentou que “agora resta aguardar que lhe liguem para nova consulta”. De passo apressado, a utente Maria de Jesus confirmou à Lusa que acabou por realizar as análises que tinha agendadas para hoje.Mas, para Maria Jácome a greve impediu-a de ser vista pelo neurologista. “Agora paciência. Não sabia da greve”, disse a idosa. Também para Giselia Fernandes a greve trouxe "inconvenientes", porque "não realizou a ecografia que era para fazer hoje".O secretário regional do Sindicado Independente dos Médicos nos Açores, André Frazão, adiantou à Lusa que "os números ficam aquém do esperado", admitindo que "devido às listas de espera", alguns profissionais "podem não ter aderido à paralisação, porque não se sentem confortáveis em remarcar um doente para daqui a dois anos".Segundo o dirigente sindical, na Medicina geral e familiar a adesão nos Açores "é de cerca de 60%" e "nos hospitais ronda os 50%".Fonte da Secretaria Regional da Saúde adiantou à Lusa que no caso dos médicos a paralisação nos Açores situa-se nos 24%.Já na enfermagem, a adesão dos profissionais situa-se nos 8% no Serviço Regional de Saúde A agência Lusa tentou obter de fonte sindical os dados da greve dos enfermeiros nos Açores mas até ao momento tal não foi possível.Os médicos e enfermeiros iniciaram hoje paralisações que se prolonga até ao final da semana.Os dois sindicatos médicos convocaram uma greve nacional para hoje e quarta-feira, sendo o primeiro dia agendado pelo Sindicato Independente dos Médicos e o segundo marcado pela Federação Nacional dos Médicos, que também promove na quarta-feira à tarde uma manifestação junto ao Ministério da Saúde, em Lisboa.Os enfermeiros, através do Sindicato Democrático dos Enfermeiros Portugueses (Sindepor), iniciaram hoje quatro dias de greve, paralisação que se estende até o fim do dia de sexta-feira.A greve dos médicos iniciou-se hoje às 00:00 e termina às 24:00 de quarta-feira. Cada uma das classes profissionais tem reivindicações específicas, mas tanto médicos como enfermeiros argumentam que lutam pela dignidade da profissão e por um melhor Serviço Nacional de Saúde (SNS).