Algumas consultas adiadas, mas normalidade em Ponta Delgada
8 de nov. de 2017, 13:19
— Lusa/AO online
A
utente Normanda Sousa deslocou-se propositadamente de Capelas à cidade
de Ponta Delgada, onde tinha agendada uma consulta de endocrinologia,
mas que acabou por ser desmarcada devido à greve.“Não
sabia que havia greve. Não vi as notícias. Agora informaram-se que a
consulta vai ser remarcada”, afirmou em declarações à agência Lusa,
considerando que os utentes deviam ser previamente avisados, apesar de
reconhecer que a greve "é um direito".Também
Graça Costa viu a consulta de endocrinologia, para a qual a filha
estava marcada para hoje, ser cancelada devido à paralisação dos
médicos.Ainda
assim, alguns utentes da maior unidade de saúde dos Açores foram
atendidos, como foi o caso de Maria Soares, residente nas Capelas."Tive consulta de otorrinolaringologia. Mas, não sabia que havia greve", sustentou.Maria
Bizarro também viu a sua consulta "aos rins" ser realizada, mas afirmou
que desconhecia que os médicos estavam hoje em greve.Acompanhando
o filho para uma consulta na área da cirurgia, Sandra Vieira, de Vila
Franca do Campo, disse que estava a par da greve dos médicos, mas mesmo
assim deslocou-se até ao Hospital de Ponta Delgada e "a consulta foi
realizada".Da mesma forma, Laudalina Mota veio acompanhar a filha a uma consulta no Centro de Saúde de Ponta Delgada."Tivemos
a consulta na hora certa", sublinhou, enquanto Leonilde Bento, utente
do Livramento, garantiu ter tido uma consulta de psicologia no Centro de
Saúde de Ponta Delgada. Da
Fajã de Baixo, Vera Ávila veio ao Centro de Saúde para "uma consulta de
rotina" com a filha, assegurando que foi atendida "à hora".Fonte
da secretaria regional da Saúde disse à Lusa que os dados apurados até
às 11:35 locais (mais uma hora em Lisboa) apontam para uma adesão à
greve de 33% no global da região, sendo 35% nos hospitais e 22% nos
centros de saúde, apesar de ainda estarem por apurar os números de
algumas unidades de saúde do arquipélago.A
greve dos médicos foi convocada pelo Sindicato Independente dos Médicos
(SIM) e Federação Nacional dos Médicos (FNAM) face à ausência de
resposta do Governo às propostas dos sindicatos.Entre
as reivindicações está uma redução de horas extraordinárias anuais
obrigatórias, as chamadas horas de qualidade (durante a noite), a
redução do trabalho de urgência das 18 para as 12 horas semanais e a
redução da lista de utentes por médico de família dos atuais 1.900 para
os 1.500.