Algarve, Madeira e Área Metropolitana de Lisboa com maior crescimento real do PIB em 2022
18 de dez. de 2023, 18:33
— Lusa
Segundo
os resultados provisórios das Contas Regionais do Instituto Nacional de
Estatística (INE), “em 2022, em termos reais, estima-se que o PIB tenha
aumentado 6,8% no país, com todas as regiões a registarem
crescimentos”.“O Algarve (17,0%), a região
autónoma da Madeira (14,2%) e a Área Metropolitana de Lisboa (8,2%)
apresentaram desempenhos superiores ao país”, enquanto se estima que os
Açores (6,8%) tiveram desempenho idêntico ao valor nacional, e o Norte
(5,6%), Alentejo (4,7%) e Centro (3,8%) apresentaram “crescimentos mais
moderados”.O INE salientou que, “em larga
medida, as regiões que apresentaram desempenhos mais modestos em 2022
tinham sido menos afetadas pela pandemia [de covid-19] nos dois anos
anteriores” e, em sentido oposto, as com “crescimentos mais intensos em
2022 tinham registado contrações mais fortes nos anos da pandemia”.As
estimativas apontam para que “o PIB nominal de todas as regiões tenha
ultrapassado o valor do ano pré-pandemia, com uma variação similar ao
país (13,0%), destacando-se a região autónoma da Madeira com um PIB
nominal de 17,4% acima” do registado em 2019.O
PIB do país “registou um crescimento nominal de 12,2%” e “todas as
regiões apresentaram variações positivas, sendo as mais intensas” no
Algarve (21,3%), Madeira (19,8%) e Área Metropolitana de Lisboa (14,1%),
“regiões mais afetadas pela pandemia”, estimando-se, para as restantes,
variações nominais abaixo da média do país, sendo 12,0% nos Açores,
10,4% no Norte e no Alentejo, distanciando-se ligeiramente o Centro, com
crescimento nominal de 9,1%.Para o
crescimento real do PIB do Algarve, Madeira e Área Metropolitana de
Lisboa (AML), o INE considerou que “contribuiu significativamente o VAB
[valor acrescentado bruto] dos ramos do comércio, transportes,
alojamento e restauração e dos serviços prestados às empresas,
atividades com relevância significativa na estrutura produtiva destas
regiões”.Os acréscimos do VAB, em volume,
no Algarve, Madeira e AML, serão, respetivamente, no comércio de 36,7%,
33,4% e 18,4%, e nos transportes 25,0%, 27,5% e 10,4%.Na
região Norte, destaca-se o crescimento do VAB do comércio, transportes,
alojamento e restauração (12,0%) e serviços prestados às empresas
(9,6%), e no Alentejo, o acréscimo mais moderado do PIB foi, em grande
medida, condicionado pelo crescimento do comércio, transportes,
alojamento e restauração (13,9%) inferior ao país e, sobretudo, pelos
decréscimos na indústria extrativa (-15,5%) e da agricultura,
silvicultura e pesca (-6,0%).“A evolução
relativamente moderada do PIB da região Centro traduz um crescimento do
VAB inferior ao do país em quase todos os ramos de atividade, em
especial da agricultura, silvicultura e pesca, que decresceu 12,6%”,
lê-se no estudo.O INE revelou também que, nos resultados finais de 2021, o PIB do país “registou uma variação nominal de 7,7% e real de 5,7%”.Em
termos nominais, o PIB cresceu em todas as NUTS (Nomenclatura das
Unidades Territoriais para Fins Estatísticos) II, embora de forma mais
acentuada na Madeira (12,9%) e Algarve (12,4%), regiões que têm em comum
“um peso relativo elevado das atividades ligadas ao turismo, que
registaram decréscimos muito acentuados em 2020, tendo iniciado alguma
recuperação em 2021”.No Alentejo (10,1%) e
na Região Autónoma dos Açores (9,5%) registaram-se acréscimos menos
acentuados, embora superiores à média nacional, e Norte (7,5%), Centro
(7,2%) e AML (6,9%) apresentaram variações nominais mais moderadas e
inferiores ao país.O PIB das regiões
Norte, Centro, Alentejo e Açores, apesar do crescimento nominal mais
moderado, apresentou em 2021 valores superiores a 2019, ao contrário de
Algarve, Madeira e AML “que mantiveram os valores de PIB inferiores ao
ano pré-pandemia”, notou o estudo.Em
termos reais, em 2021, o PIB cresceu em todas as regiões, em especial na
Madeira (9,2%), Algarve e Açores (7,4%) e Alentejo (6,8%), e a AML
(5,7%) e o Norte (5,6%) registaram um crescimento próximo do país,
enquanto o Centro (4,9%) teve o crescimento mais moderado.Para
o crescimento real do PIB da Madeira, Açores e Algarve contribuiu
significativamente a evolução do VAB do comércio (17,4%), transportes
(20,3%) e alojamento e restauração (10,7%) com crescimento superior à
média nacional.A Madeira e o Algarve
também beneficiaram do crescimento dos serviços prestados às empresas,
em 29,0% e 20,1%, respetivamente, já os Açores ganharam com o
crescimento da agricultura, silvicultura e pesca (6,2%), relevante na
sua estrutura produtiva.No Alentejo, o
acréscimo do PIB foi, em grande medida, determinado pelo crescimento
significativo do VAB da indústria e energia (20,4%), em particular do
setor petroquímico no complexo de Sines, e indústrias extrativas
(37,3%), e ainda do comércio, transportes e alojamento e restauração
(4,5%), enquanto na agricultura, silvicultura e pesca, com peso na
região, cresceu mais moderadamente (3,9%).A
variação da AML foi influenciada mais intensamente pelo crescimento do
comércio, transportes e alojamento e restauração (7,5%) e mais
moderadamente da administração pública, saúde e educação e serviços
prestados às empresas (ambos com 4,8%), importantes na estrutura
produtiva da região e que cresceram menos que o país.O
crescimento do PIB do Norte, ligeiramente inferior ao do país, foi
condicionado pelo crescimento moderado das atividades financeiras e
seguros (3,7%), dos serviços de informação e comunicação (6,7%) e do
comércio, transportes, alojamento e restauração (7,9%).Em
2021, a produtividade do trabalho, avaliada entre o VAB em termos reais
e o emprego total medido em indivíduos, aumentou 3,5% no país, com
todas as regiões a registarem acréscimos da produtividade, sendo os mais
expressivos e superiores à média nacional na região da Madeira (7,9%),
dos Açores (5,1%) e Alentejo e Algarve (4,3%).No
Norte registou-se um acréscimo próximo da média nacional (3,6%),
enquanto na AML (3,0%) e no Centro (2,8%) registaram-se acréscimos
inferiores à média do país.O custo de
trabalho por unidade produzida diminuiu na Madeira (-2,8%), Açores
(-1,5%) e Alentejo (-0,3%), e cresceu acima da média nacional no Norte e
Centro (2,2%), enquanto na AML apresentou variação próxima do país
(1,7%) e no Algarve um crescimento menos expressivo (0,9%), indicou o
INE.