Alertas sobre queimadas na Amazónia brasileira aumentam 25% de janeiro a julho
10 de jul. de 2020, 13:49
— LUSA/AO online
O INPE, instituição científica ligada ao
Governo brasileiro, faz o monitorização, por satélite, da floresta
amazónica e de outros biomas do país.Os
alertas sobre desflorestação na maior floresta tropical do mundo
atingiram uma área de 3.069 quilómetros quadrados, o número mais alto
desde o início da série histórica desses dados, segundo o INPE.O
mês de junho, que marca o início da estação seca e dos incêndios na
Amazónia brasileira, também atingiu o recorde de 1.034 quilómetros
quadrados de desflorestação, um aumento de quase 11% na comparação ano a
ano.O Brasil é alvo de críticas
constantes de muitos países e ambientalistas pela desflorestação em
larga escala e os incêndios que assolam a floresta tropical todos os
anos durante a estação seca.O
vice-presidente do Brasil, Hamilton Mourão, disse na quinta-feira que
representantes de fundos internacionais de investimento condicionaram a
sua participação em projetos ambientais no país a "resultados" no
combate a destruição da floresta."Não é
verdade que a floresta é destruída para produzir alimentos", disse o
vice-presidente do executivo de Jair Bolsonaro, que coordena o Conselho
Nacional da Amazónia.O vice-presidente
brasileiro afirmou ainda que investidores internacionais pediram
resultados na área ambiental e frisou a intenção de tentar coibir a
destruição da floresta. "A ideia é que ao
longo do mandato, com operações repressivas, consigamos gradualmente
reduzir as ilegalidades, para chegarmos a um número de desflorestação
aceitável", disse Mourão após o encontro virtual com investidores
estrangeiros, em que participou, ao lado de vários ministros.O
Governo brasileiro tenta agora melhorar a sua imagem no exterior em
relação à proteção da Amazónia e de povos indígenas, diante de críticas e
alertas que tem recebido de investidores que estão preocupados com
temas como o aumento da desflorestação e os incêndios na região.Organizações
ambientais têm denunciado o aumento de incêndios florestais durante a
estação seca na Amazónia brasileira, que geralmente dura até setembro,
após altas taxas de desflorestação atingirem a região no ano passado.A
Amazónia é a maior floresta tropical do mundo e possui a maior
biodiversidade registada numa área do planeta, com cerca de 5,5 milhões
de quilómetros quadrados, e inclui territórios do Brasil, Peru,
Colômbia, Venezuela, Equador, Bolívia, Guiana, Suriname e Guiana
Francesa (pertencente à França).