Alegre corresponsabiliza Cavaco pela atual situação económica do país
O candidato presidencial Manuel Alegre afirmou hoje que o Presidente da República é também “corresponsável” pela situação económica, frisando que nas últimas eleições se fez constar que Cavaco Silva poderia resolver problemas por ser professor de economia.

Autor: Lusa/AO Online

Manuel Alegre falava aos jornalistas na apresentação dos seus mandatários nacional, Maria de Belém (vice-presidente da bancada do PS), da juventude, Jacinto Lucas Pires (escritor e cineasta) e de Lisboa, Daniel Sampaio (médico).

“Qualquer um destes três mandatários têm em comum a preocupação da cidadania e da participação cívica, de forma a tentar remobilizar a juventude para a vida cívica e democrática. Sem a mobilização das pessoas em geral é muito difícil renovar a vida política e democrática”, declarou o candidato presidencial.

Sobre as próximas eleições presidenciais, Manuel Alegre afirmou estar convencido que terá pela frente “uma campanha difícil, mas importante para a democracia, num momento especialmente complicado da vida dos povos no mundo, na Europa e em Portugal”.

“Mas é nas horas difíceis que é preciso gente de caráter, gente que não fuja à luta. Em democracia pode ganhar-se ou perder-se, mas o pior de tudo é perder por falta de comparência. Isso comigo nunca acontecerá”, frisou o candidato presidencial.

Interrogado sobre o teor dos últimos atos oficiais do chefe de Estado, Alegre considerou que Cavaco Silva “está todos os dias no terreno”, algo que, na sua perspetiva, “pode fazê-lo com total legitimidade”.

“Mas [o Presidente da República] também se arrisca que haja interpretações sobre a natureza de alguns dos seus atos políticos”, advertiu.

Na sua intervenção inicial para a apresentação dos mandatários da sua candidatura presidencial, Manuel Alegre considerou que Cavaco Silva é também corresponsável pela atual situação económica do país.

“Todos somos corresponsáveis, mas o Presidente da República é eleito por sufrágio direto. O Presidente da República, ao falar na cooperação estratégica, tinha implícita a ideia de que há uma partilha na definição das linhas políticas do Governo”, observou.

Neste ponto, Manuel Alegre fez ainda questão de vincar que, durante a última campanha presidencial, Cavaco Silva, “ou alguém por ele, fez passar a ideia que o facto de ser professor de economia e finanças iria contribuir para resolver os problemas financeiros do país”.

“Não podia, porque o Presidente da República não governa. Mas é ele o Presidente da República”, frisou.

Em declarações aos jornalistas, o mandatário da juventude, Jacinto Lucas Pires, justificou o seu apoio a Manuel Alegre por “Portugal precisar de inspiração e de uma voz que possa trazer esperança às pessoas”.

“Ter este poeta na Presidência da República vai ser importante”, sustentou o escritor e cineasta, antes de a vice-presidente da bancada socialista Maria de Belém ter recusado que seja mandatária nacional de Manuel Alegre para fazer a ligação ao PS.

“Através dos seus órgãos nacionais, o PS já demonstrou que apoia a candidatura de Manuel Alegre. Eu sou uma militante do PS, como muito outros, que apoia e trabalha para que a candidatura de Manuel Alegre vença”, respondeu a ex-ministra da Saúde.

Manuel Alegre aproveitou para frisar que a sua candidatura presidencial “é autónoma, independente e supra-partidária, que teve a honra e o gosto ser apoiada pelo seu próprio partido”.

“Mas esta candidatura nasceu da cidadania”, defendeu Alegre.