Albuquerque reitera que não se demite e está preparado para todos os cenários
9 de nov. de 2024, 14:59
— Lusa
“Não tenho razões para me
demitir”, declarou o também líder do PSD/Madeira após a reunião da
comissão política regional do partido, convocada para analisar a moção
de censura apresentada pelo grupo parlamentar do Chega na Assembleia
Legislativa o arquipélago.Miguel
Albuquerque considerou ser “estranha esta moção, uma vez que é
inoportuna e é irresponsável”, realçando ser um governante devidamente
legitimado porque foi eleito em eleições regionais em 2023 e em 2024,
vencendo as eleições internas em março desse ano.“O
que deduzimos é que esta moção de censura imposta pela direção nacional
do Chega, no sentido de criar instabilidade política na região,
sobretudo numa altura em que o Governo Regional estava a governar em
pleno, com um crescimento económico como nunca tivemos na região, com
plena empregabilidade, com os compromissos assumidos em execução,
designadamente aqueles que constam do PRR (Plano de Recuperação e
Resiliência), e os que vão ser executados no quadro do Orçamento
[Regional] que estava na iminência de ser aprovado”, argumentou.O
líder social-democrata insular considerou que a situação é
"estranhíssima" e disse que o PSD vai enfrentá-la "em campo aberto e com
a cabeça levantada”.Albuquerque apelou
aos "partidos democráticos" para "assumirem um sentido de
responsabilidade" face aos "interesses da região autónoma” e não
"embarcarem nestas demagogias e nestes expedientes rocambolesco no
sentido de criar instabilidade política”.Para
o governante, “é fundamental que não haja mais instabilidade política,
não haja impasses na governação, porque isso prejudica a administração
da ‘res publica’ e vai prejudicar sobretudo a população”.“Não
vai ser através desta moção, nem muito menos através destes expedientes
parlamentares ou de fação ou partidários que o PSD vai entregar o
poder”, afirmou.Miguel Albuquerque
acrescentou que o PSD está para “cumprir um programa que foi sufragado
pelo povo madeirense há menos de seis meses, com um programa e orçamento
aprovados. O responsável complementou
que estava em preparação o Orçamento Regional para 2025, tendo já
decorrido a auscultação de todos os partidos com acesso parlamentar na
Madeira, e recordou que o Chega, “mentor desta moção de censura, até
disse que concordava e disse que o orçamento era positivo, acolhendo um
conjunto de propostas” da oposição.Albuquerque
considerou estranho a moção de censura “fazer um ataque implacável ao
PS” e defendeu que seria “grotesco o Partido Socialista votar esta
medida quando o partido e o seu líder regional, Paulo Cafôfo, “é
apelidado de incompetente” e é “vilipendiado”, sendo “mais atacado que o
PSD/Madeira” no texto.“O PSD/Madeira
também está preparado para qualquer cenário”, assegurou, porque “quem
determina o governo da Madeira e o presidente do Governo Regional é o
povo madeirense através de eleições democráticas”, reforçou.Miguel
Albuquerque frisou que “não é através de golpes parlamentares, nem
partidários que o PSD alguma vez entregará o poder”, atestando que o
partido “não tem qualquer problema em ir a eleições se for necessário”.No
seu entender, o seu afastamento seria “uma fraude” porque o eleitorado
votou na lista do PSD/Madeira, considerando que esta é mais uma
“tentativa de enfraquecer o partido”.“Se
pensam que vou sair para porem um líder provisório para depois deitarem
abaixo e conquistar o poder estão enganados. Nós estamos aqui para dar a
cara e eu estou aqui para dar a cara”, sublinhou.Miguel
Albuquerque disse que falou com o primeiro-ministro, Luis Montenegro,
sobre esta “rocambolesca, inoportuna e irresponsável moção de censura”
que veio provocar uma primeira conquista de concertação, que era a
cimeira, na próxima semana, nos Açores que foi cancelada.Sobre
o problema de vários secretários regionais terem sido constituídos
arguidos, alertou que “se a tática é meterem processos contra o Governo
[Regional] para estes serem ouvidos e cada vez que são ouvidos cai um
secretário, não há Governo em Portugal que aguente, nem nenhuma região”.