Albuquerque diz haver condições para aprovar Programa do Governo Regional
14 de jun. de 2024, 16:32
— Lusa/AO Online
“Nós,
neste momento, temos todas as condições para ter o Programa de Governo
aprovado, até porque o Programa que vamos hoje apresentar contempla um
conjunto de iniciativas e de projetos que estão consubstanciados num
grande número de Programas dos próprios partidos da oposição”, disse o
governante madeirense aos jornalistas, à margem de uma visita a um
restaurante no concelho da Calheta, na zona oeste da Madeira.Miguel
Albuquerque vai entregar ao final da tarde o Programa do Governo
Regional da Madeira para os próximos quatro anos, na sequência das
eleições antecipadas realizadas em 26 de maio, nas quais o PSD elegeu 19
deputados num universo de 47, ficando aquém da maioria absoluta (24
parlamentares).O documento será discutido a
partir de terça-feira na Assembleia Legislativa e a votação está
agendada para o dia 20. O PS e o Chega já anunciaram o voto contra o
documento, pelo que, se o JPP se juntar a esta posição, haverá um
chumbo.Após as eleições, apesar de não
conseguirem uma maioria absoluta somando os seus deputados, o PS e o JPP
fizeram um acordo para tentar retirar o PSD do poder, o que não se
concretizou.Segundo Albuquerque, existem propostas de outras forças políticas que “não colidem” com as do PSD.Por
isso, assegurou haver “toda a disponibilidade para continuar a dialogar
com os partidos com assento parlamentar” e para integrar alguns dos
projetos que “são comuns à maioria das candidaturas”, enunciando a
redução fiscal, a questão da mobilidade aérea e marítima, e o reforço
dos apoios sociais. O PS tem uma bancada
parlamentar com 11 deputados, o JPP com nove, o Chega com quatro e o
CDS-PP (que assinou um acordo parlamentar com o PSD) tem dois, enquanto a
IL e o PAN estão representados por um eleito cada.“E,
obviamente, vamos incorporar neste Programa que hoje é apresentado as
propostas que, do nosso ponto de vista, são lógicas e são válidas dos
partidos da oposição, exatamente para demonstrar que nada obsta a que
este Programa de Governo seja aprovado”, salientou, referindo que foram
englobadas “algumas propostas do Chega, do JPP, do PAN, da IL”.Uma
delas é o lançamento de um novo concurso internacional para assegurar
uma ligação ferry com o continente, que é defendida pelo JPP.Miguel
Albuquerque reforçou que não “há nenhuma razão para se continuarem a
fazer jogos políticos”. Os partidos, disse, precisam “sentar-se,
conversar e aprovar o Programa de Governo”.
Para o chefe do executivo regional, o que está agora em causa “é a
população da Madeira, é a vida social e económica da Madeira”.No
seu entender, “a atual situação não é compatível com mais impasses” e é
imprescindível “resolver um conjunto de questões que estão pendentes”,
como os fundos europeus até 2030, que têm de ser “regulamentados e
aprovados”, para o apoio às empresas e aos outros setores de atividades.“Há
também que levar em linha de conta as próprias carreiras, o salário, a
atualização salarial, tudo isso está em jogo”, acrescentou.Questionado
sobre os partidos da oposição terem divulgado rejeitar um Programa do
Governo Regional por si liderado, o social-democrata respondeu: “Isso é
uma desculpa. Eu sou líder do partido e fui eu, como líder do partido,
que fui sufragado pelos madeirenses e porto-santenses”. “Essa
questão que é uma desculpa e não tem acolhimento, nem cabe do ponto de
vista lógico, porque quando eu fui a eleições toda a gente sabia - e
quem votou, o eleitorado - que eu era o candidato a presidente do
governo”, insistiu. No caso de o
documento não ser viabilizado, acrescentou, “o PSD assume sempre as suas
responsabilidades, não tem medo de nada que possa acontecer”. Contudo,
segundo o governante, as pessoas “estão fartas de eleições” e querem é
ver “a sua vida resolvida”. Quanto ao
facto de o Chega dizer que vai votar contra o Programa e o Orçamento
deste ano, Albuquerque referiu que o partido tem quatro deputados e
“neste momento sabe o que está em jogo”.A
eventual rejeição do Programa do Governo da Madeira implica a queda do
executivo, que fica em gestão até que um novo seja nomeado ou até que
haja novas eleições antecipadas, apenas possíveis nos inícios de 2025.