Alargamento da UE é necessidade no atual contexto geopolítico
3 de jul. de 2024, 12:25
— Lusa/AO Online
Na
conferência “Ágora Jacques Delors”, a decorrer em Lisboa, a diplomata
italiana considerou o alargamento dos 27 como um “instrumento
estratégico” e uma “necessidade na bússola geopolítica” atual.“Não
temos muita escolha (…) É uma questão de segurança, de investir na
nossa segurança. É uma questão de investirmos na nossa força e nos
interesses dos Estados-Membros e não uma questão apenas institucional”,
argumentou a diplomata, que não prevê que se avance necessariamente
“numa grande onda de adesão” nos próximos 10 anos, mas que haja “um ou
dois novos Estados-Membros nos próximos três ou quatro anos”.A
necessidade de continuar reformas também foi afirmado pela reitora do
Colégio da Europa, para quem o Brexit (decisão de saída do Reino Unido,
na sequência de um referendo) não se revelou como uma profecia para o
final da UE. “Ninguém vai seguir esse
caminho”, estimou a antiga alta representante da União Europeia para a
Política Externa e de Segurança, que notou “ainda não ser claro o que é
ser anti-europeu” e acrescentando que a UE “não é um objeto de disputa,
mas uma instituição que está para ficar”.Referindo
a “narrativa” de alguma extrema-direita, a italiana referiu não ter
detetado qualquer “proposta concreta para desmantelar” os 27, pelo que
um “'novo normal' deve ser o debate sobre qual o tipo de políticas que
estão a ser tomadas e implementadas e não que a UE está em causa”.Questionada
sobre politicas de migração, a diplomata indicou que “os que criticam
não têm interesse em resolver as questões, o que é cínico”, sublinhando a
necessidade que a Europa tem de migrantes, que impactam nas várias
áreas económicas e sociais.Em termos de
Defesa, Mogherini defendeu que os 27 devem continuar a “fortalecer a
capacidade de agir autonomamente, se necessário”, mas também a vontade
política para tal ação, o que “requer esforço do ponto de vista
político, da vontade política” .Recordando
as bases para fundar a UE, a italiana garantiu ser este o “melhor local
para viver do mundo” e que continua a fazer sentido “construir diálogo,
paz, cooperação, diplomacia” num quadro de Estado de Direito e de
consistência.