Air Centre integra de partilha de dados do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente
1 de jun. de 2022, 17:02
— Lusa/AO Online
“O Air
Centre, ao integrar este grupo, passa a fazer parte desta rede que
poderá fornecer informação crítica, chave, para todos os processos das
Nações Unidas”, explicou Pedro Silva.Criado
em 2018, o Centro Internacional de Investigação para o Atlântico - Air
Centre tem sede no Parque de Ciência e Tecnologia da Ilha Terceira
(TERINOV).Envolve parceiros de Portugal,
Espanha, Reino Unido, Noruega, África do Sul, Nigéria, Angola, Namíbia,
Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Brasil, Colômbia, México e Estados
Unidos e promove projetos de investigação nas áreas do espaço,
atmosfera, oceano, clima, energia e ciências dos dados.O
memorando de entendimento assinado recentemente com o Programa das
Nações Unidas para o Meio Ambiente “vai permitir ao Air Centre colaborar
no fornecimento de dados, que serão depois processados em informação”,
para “dar apoio às diferentes missões das Nações Unidas”, explicou Pedro
Silva.Em causa estão dados que permitam
ajudar a alcançar os objetivos de desenvolvimento sustentável, definidos
pelas Nações Unidas para 2030, que vão “da qualidade da água à limpeza
dos oceanos”.Entre os exemplos dados pelo
diretor de tecnologia do Air Centre está a observação e monitorização de
lixo marinho e de algas, como o sargaço, “que invade as costas do
Atlântico e tem impacto na economia e nas pescas”.“É
um memorando bastante extenso, que toca em muitas áreas, sendo as
tecnologias de observação da terra e de satélite o principal motor”,
salientou.O Air Centre é o primeiro centro
de dados na zona do Atlântico a integrar a rede GRID - Global Resource
Information Database (Banco de Dados de Informações de Recursos
Globais), criada pelo Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.“Apesar
de estarmos nos Açores, é uma rede do Atlântico, desde a Noruega até à
África do Sul, ao Brasil, ao México. Há uma grande mais-valia para este
programa das Nações Unidas em o Air Centre trazer estes contactos todos
da rede, porque podem ser parceiros, se alguns dos projetos se
desenvolveram aqui”, defendeu Pedro Silva.A
rede integra ainda centros de Arendal (Noruega), Genebra (Suíça),
Varsóvia (Polónia), Abu Dhabi (Emirados Árabes Unidos), Nairobi
(Quénia), Sioux-Falls (Dakota do Sul, Estados Unidos da América) e
China.Representantes de vários centros
reuniram-se, esta semana, em Estocolmo (Suécia), para definirem as
“linhas estratégicas” de colaboração para os próximos 12 meses, e o Air
Centre pretende organizar um encontro, ainda em 2022, nos Açores.“Estamos
muito entusiasmados com esta colaboração e com esta reunião. Foi
verdadeiramente estimulante e abriu muitas portas e muitas
oportunidades”, frisou o diretor de tecnologia.Com
uma equipa de 22 pessoas e tecnologia da mais recente que existe no
mercado, Pedro Silva acredita que o Air Centre terá capacidade para
“responder a muitas das necessidades das Nações Unidas”.O
TERINOV, onde está instalado o Air Centre, tem já operacional um centro
de dados, com imagens de “muito alta resolução”, que poderão ser
partilhadas com outros centros que integram a rede.“É
um projeto a cinco anos, pelo menos. O primeiro ano é o ano em que nos
vamos inteirar das capacidades uns dos outros e começarmos a definir
interfaces para que possamos trocar informação”, explicou.Segundo
o diretor de tecnologia, o memorando de entendimento vai permitir
também “trocar experiência, pessoal técnico, formações, treinos e
‘workshops’”, posicionando o centro para “fornecer serviços juntamente
com outras entidades e empresas com quem já colabora”.