Aguiar Branco confirma conversa com Rui Paulo Sousa mas diz que foi "irrelevante"
28 de jan. de 2025, 17:30
— Lusa/AO Online
“O
senhor deputado Rui Paulo Sousa disse que falou comigo no que diz
respeito a esta matéria na quinta-feira, é verdade que ele se encontrou
comigo a seguir ao plenário, de uma forma informal, tal como eu falo com
muitos deputados que se encontram comigo nos corredores (…) eu falei,
disse o que tinha a dizer, não tinha nenhum impacto e era absolutamente
irrelevante para a investigação”, afirmou José Pedro Aguiar
Branco, a falar à chegada de Espanha no aeroporto do Porto.Sobre
o pedido de levantamento da imunidade parlamentar do agora deputado não
inscrito Miguel Arruda, o também ex-ministro adiantou que aquele pedido
ainda não terá sido feito: “Estou a chegar de Espanha, que eu saiba até
agora, não”, disse, acrescentando, depois, que o pedido de Miguel
Arruda para baixa médica também ainda não terá sido entregue.O
gabinete do deputado Miguel Arruda, suspeito de furtar malas nos
aeroportos de Lisboa e de Ponta Delgada, foi alvo de buscas na
segunda-feira e, segundo o Chega, foi o partido, através do
vice-presidente e deputado Rui Paulo Sousa, que alertou o presidente da
Assembleia da República, na última quinta-feira, para a situação de
existirem malas suspeitas naquele gabinete.“Alertar
para quê? Estava uma investigação a correr, a alertar para quê”,
questionou Aguiar Branco quando confrontado com a versão do partido
liderado por André Ventura.“Eu confirmo e é
a minha forma de estar na política e no que diz respeito ao exercício
da minha função: É verdade que o senhor deputado Rui Paulo Sousa pediu
para falar comigo depois de um plenário, é verdade que teve essa
conversa nos Passos Perdidos, em trânsito que eu estava para o meu
gabinete (…) Aquilo que foi dito era, no meu entender, irrelevante para
efeitos da investigação em causa”, voltou a salientar.Segundo
Aguiar Branco fez questão de salientar, “houve um despacho, esse
despacho solicitou que se procedesse à apreensão de alguns bens que
estavam supostamente na Assembleia da República (AR) e num determinado
gabinete, foi solicitada a colaboração da AR para o efeito, dentro
daquilo que era o quadro legal a Assembleia fê-lo”.“Foi
solicitada a notificação do senhor deputado Miguel arruda para poder
estar presente ou um mandatário e também do grupo parlamentar do Chega. O
que foi feito, foi conforme aquilo que foi solicitado pela
Procuradoria-Geral da Republica, acompanhado por uma senhora magistrada e
dentro do quadro legal que na situação exigia, nem foi levantado nenhum
incidente quanto a isso”, descreveu.O
resto é, para Aguiar Branco, retórica política: “Tudo decorreu sem
incidentes, eu até fico surpreso que tipo de preocupação existe hoje (…)
Tudo para além do que disse é retórica política, que não compete a mim
enquanto presidente da AR estar a contribuir para isso”.Aguiar
Branco deixou, por isso, um pedido: “O meu apelo é que todos os
senhores deputados, todos, na forma como se comportam, como dizem, como
põe no espaço público estas matérias tenham em atenção que é preciso
defender e proteger o parlamento, respeitar e dignificar a instituição”.