Aguiar-Branco anuncia passagem de Miguel Arruda a não inscrito mas Chega protesta contra o seu lugar
24 de jan. de 2025, 10:30
— Lusa/AO Online
Aguiar-Branco fez o
anúncio no arranque do plenário e disse que Miguel Arruda ficaria, na
sessão de hoje, sentado na última fila entre as bancadas do Chega e do
PSD, como já aconteceu em outras situações semelhantes, remetendo uma
decisão final para a conferência de líderes.O
líder parlamentar do Chega, Pedro Pinto, protestou, avisando que não se
responsabilizaria pelo que se poderia passar durante o plenário desta sexta-feira.“Não nos sentimos confortáveis por o
deputado Miguel Arruda se sentar ao lado dos deputados do Chega porque,
como sabem, as coisas, não foram pacíficas, não posso responder pelo meu
grupo parlamentar e pelo que possa acontecer nesta sessão plenária”,
avisou.Pedro Pinto lamentou ainda que o
regimento permita esta passagem a não inscrito e disse que tal devia ser
revisto numa revisão constitucional e considerou que Miguel Arruda
desrespeitou o partido, o grupo parlamentar e até a Assembleia da
República.O co-porta-voz do Livre, Rui
Tavares, pediu que fosse distribuída esta intervenção de Pedro Pinto e
disse que “a sua mala ficava bem agarrada”, numa referência à suspeita
de furto de malas de que é alvo Miguel Arruda.Num
primeiro momento, o presidente da Assembleia da República manteve a
decisão da Mesa, mas acabou por interromper os trabalhos por cinco
minutos, pedindo que os líderes parlamentares se deslocassem ao seu
gabinete.Quando regressaram ao hemiciclo,
Aguiar-Branco entrou imediatamente na ordem de trabalhos prevista para a
sessão plenária de hoje e o deputado Miguel Arruda ocupou o lugar
inicialmente previsto.O presidente do
Chega, André Ventura, e Miguel Arruda estiveram reunidos na quinta-feira
no parlamento e, no final, o deputado anunciou a sua desfiliação do
Chega e a passagem a não inscrito, mantendo o lugar na Assembleia da
República.Já Ventura considerou que as
explicações dadas por Miguel Arruda "não são esclarecedoras", dizendo
que, para continuar vinculado ao Chega, o deputado teria de ter
suspendido ou renunciado ao mandato.Com a passagem de Miguel Arruda a deputado não inscrito, o Grupo Parlamentar do Chega passa de 50 para 49 deputados.