"Dentro
de 18 meses deverá sair a primeira garrafa de água das Lombadas", disse
Ricardo Lima, da empresa Atlantifalcom, estimando uma produção anual de
cerca de 44 milhões de litros o que equivale a toda a produção das
outras seis empresas a nível nacional. Ricardo Lima falava aos
jornalistas à margem da assinatura do contrato de concessão da
exploração da água mineral das Lombadas, que se localiza na Ribeira
Grande, ilha de São Miguel. A exploração da "Água das Lombadas"
desenvolveu-se desde finais do século XIX até finais do século XX, mas a
sua produção foi interrompida na sequência de um deslizamento de terras
que ocorreu em 1998 e destruiu a unidade industrial de engarrafamento,
pelo que a exploração está atualmente suspensa. O Governo
Regional desenvolveu diversas iniciativas para a promoção da água
mineral e na procura de potenciais investidores, tendo sido abertos
concursos públicos, o penúltimo dos quais, lançado em 2011, ficou
deserto. O contrato hoje assinado, na sequência do último
concurso, a que concorreram três projetos, prevê a concessão da
exploração por 50 anos, prorrogável por períodos mínimos de cinco anos e
máximos de 15 anos, até ao limite de 90 anos. Com a concessão a
privados, além do investimento necessário para dar inicio à exploração
daquele recurso, a região receberá anualmente, decorridos sete anos a
partir da celebração do contrato, os encargos de exploração
correspondentes a 2% do resultado líquido da exploração. "Pretendemos
por em pé um projeto que foi o sonho de muitos e que em breve se
tornará realidade", salientou Ricardo Lima, sublinhando que aquele
recurso natural "tem sido subaproveitado do ponto de vista empresarial". Ricardo
Lima adiantou que a maioria da produção terá com objetivo a exportação,
referindo que a empresa quer desenvolver, a médio prazo, outros
produtos que não especificou e pretende conquistar novos mercados no
estrangeiro, como Médio Oriente ou até Brasil. Na assinatura do
contrato, o vice-presidente do Governo Regional sustentou que a água das
Lombadas "pode igualmente tornar-se um dos nossos produtos de maior
notoriedade" como outros especialmente vocacionados para a exportação,
nomeadamente a carne, o leite e produtos lácteos, o peixe, as conservas
de peixe, vinhos, madeira e flores. Sérgio Ávila sublinhou a
importância do contrato, pelo valor do investimento envolvido, que
"rondará os 10 milhões de euros direcionado para os mercados externos", e
que permite criar "22 postos de trabalho diretamente ligados ao projeto
que, pela sua dimensão, envolverá, por via indireta, outros setores de
atividade". "Hoje, temos em carteira muitas dezenas de novos
projetos de investimento privado envolvendo investidores externos à
Região e que se devem concretizar ao longo dos próximos tempos",
salientou. O vice-presidente do Governo Regional destacou o
potencial da água das Lombadas que "é ainda lembrada pelos açorianos,
mas também no continente, onde chegou a ser comercializada e muito
apreciada" e que "pode concorrer em pé de igualdade" com "as melhores
águas do país e da Europa".