Autor: Lusa/AO Online
Na sequência de uma visita às Flores, o sindicalista disse que o cenário encontrado nas esquadras da ilha “não é muito diferente do nacional e da região”, sendo a “falta de efetivos notória” e havendo “lacunas ao nível do material”, como as viaturas de apoio.
“Os comandantes de esquadra fazem o que podem. Às vezes puxam o lençol para tapar a cabeça e destapam os pés e vice-versa. Mas é a realidade que temos”, afirmou à Lusa.
O sindicalista visitou na ilha as duas esquadras da PSP e reuniu-se com agentes e responsáveis da polícia, bem como os presidentes de câmara das Lajes e Santa Cruz das Flores.
Paulo Pires afirmou que as saídas de agentes para a pré-aposentação “têm sido maiores do que as entradas”, uma vez que a “atratividade da PSP não é aquela que os jovens deveriam encontrar para poder assumir a profissão de polícia”.
De acordo com o sindicalista, os polícias “estão a ficar com excesso de trabalho”, sendo que “trabalham muitas horas e descansam poucas”, o que conduz a baixas por ‘burnout’: “O ideal seria haver polícias suficientes no sentido de fazerem o seu horário de serviço normal e poderem descansar o que está destinado, mas a maioria das vezes não é assim.”
A nível nacional, as estruturas sindicais da GNR e da PSP estiveram reunidas a 21 de julho com a ministra da Administração Interna, num encontro de apresentação, tendo a tutela apontado para setembro a retoma das negociações.
À saída da reunião com Maria Lúcia Amaral, as associações sindicais da GNR fizeram, na altura, um balanço positivo, tendo os representantes da PSP apontado para a urgência da retoma das negociações.
Para
setembro mantém-se o caderno reivindicativo que tinha sido apresentado
já em janeiro, quando as negociações iniciadas pela anterior ministra da
Administração Interna foram suspensas devido à queda do Governo, e cujo
ponto principal de discussão é a revisão do estatuto remuneratório.