Agenda para relançamento económico e social dos Açores com 250 medidas
Covid-19
7 de ago. de 2020, 18:06
— Lusa/AO Online
O
documento de 286 páginas foi apresentados pelo vice-presidente do
executivo regional, Sérgio Ávila, numa sessão onde o presidente do
Governo, Vasco Cordeiro, apelou aos contributos dos cidadãos.“Esta
não é agenda do Governo. Esta é agenda dos Açores. Esta tem de ser a
agenda da região, do povo açoriano. E por isso apelo a todos aqueles que
por isso se interessarem para que consultem esse documento, para que o
analisem, para que o critiquem”, declarou Vasco Cordeiro.O
presidente do Governo Regional salientou que as 250 medidas agora
apresentadas não foram feitas “ignorando” o plano de recuperação do país
e as “fontes de financiamento” decididas no âmbito do “mecanismo
europeu de recuperação”, aprovado no último Conselho Europeu, em
Bruxelas.“Estes objetivos [da agenda]
contribuem também para o posicionamento que o Governo e os Açores têm no
âmbito das diversas negociações que a diverso nível se desenrolarão no
âmbito da definição desses fundos dentro do nosso país”, apontou o líder
regional, referindo-se aos fundos europeus.Somando
15,3 mil milhões de euros em subvenções do Fundo de Recuperação e 29,8
mil milhões de euros de subsídios do Quadro Financeiro Plurianual,
Portugal irá receber mais de 45 mil milhões de euros nos próximos sete
anos.Vasco Cordeiro realçou que a agenda
para a recuperação económica e social dos Açores abrange “duas
componentes”: uma “mais dirigida à recuperação dos efeitos” da pandemia
da covid-19 e outra que visa tornar os “Açores melhor preparados para o
futuro”.Na apresentação, o vice-presidente
do Governo destacou que o documento está organizado em dois pilares: um
que visa “relançar a economia dos Açores” e outro para “construir uns
Açores mais resilientes”.O primeiro pilar é
composto por quatro eixos, que procuram “relançar o emprego” (21
medidas), “relançar o social” (48 medidas), “relançar as empresas” (58
medidas) e “relançar o turismo” (24 medidas).Neste
eixo, estão previstas medidas de apoio à formação profissional, de
incentivo do teletrabalho, de apoio à digitalização do sistema
educativo, da proteção do direito à habitação e da promoção dos Açores
como “destino turístico seguro e sustentável”.Sob
o pilar “construir uns Açores mais resilientes” estão previstas 99
medidas: 48 para “transformar a economia dos Açores”, 13 para
“incrementar a inovação, investigação e desenvolvimento”, cinco para
“potenciar o capital humano e social”, nove para “reforçar o Serviço
Regional de Saúde” e 24 medidas para “modernizar a administração
pública”.Neste pilar, o Governo prevê
“fomentar as economias circular, verde e azul”, incentivar a inovação na
agricultura, mar, energia e espaço e captar quadros técnicos
especializados.Sérgio Ávila referiu não
ser possível quantificar o valor das medidas anunciadas, porque existe
uma “componente na equação que é variável consoante a adesão” das
pessoas.A anteproposta da agenda, que
abrange o horizonte temporal 2020-2022, recebeu sugestões dos partidos
políticos e dos parceiros sociais, estando agora disponível em
agendarelancamento.azores.gov.pt, com uma área para os cidadãos
submeterem as suas sugestões e contributos.Os
Açores mantêm um total de 179 casos de infeção pelo novo coronavírus
SARS-CoV-2, que causa a doença covid-19, registando 16 morte e
verificando-se, atualmente, 19 casos positivos ativos, todos eles na
ilha de São Miguel.