Agências de viagens vão à Madeira debater estratégias para turismo com mais de 600 pessoas
17 de jul. de 2019, 09:20
— Lusa/AO Online
Em Lisboa, na apresentação
do tema do congresso de 2019, o presidente da APAVT, Pedro Costa
Ferreira disse que este se vai realizar "provavelmente na região
perfeita para acolher um congresso da APAVT em Portugal", quer "pelos
números expressivos da atividade turística na Madeira, pelo seu peso no
PIB [Produto Interno Bruto] da região", quer "pela importância do
mercado interno para a construção" destes mesmos números."Vamos
fazê-lo também com os amigos certos, a Associação de Promoção da
Madeira. Temos feito nos últimos anos um trabalho notável (...), temos
dinamizando o mercado interno de uma maneira que os números não
conseguem desmentir e estamos muito satisfeitos por em cima de todo esse
trabalho podermos com os nossos amigos poder fazer este congresso na
Madeira" e desta forma tentar alavancar ainda mais o destino.O
presidente da APAVT lembrou que as reuniões anuais dos agentes de
viagens com o setor "estão a bater recordes sucessivos de
representatividade e de participação há três ou quatro anos
consecutivamente". "Não apenas este é o 45.º congresso, como estamos numa dinâmica que, julgo eu, vai continuar", afirmou. Pedro
Costa Ferreira disse ainda considerar que este congresso se vai realiza
"num momento único, em que se intercetam três importantes realidades". A
primeira é "uma atmosfera de final de ciclo. Quem esteve no último
congresso sabe que a APAVT foi a primeira a falar em final de ciclo [de
crescimento do Turismo a dois dígitos], um assunto nada polémico, nada
desagradável, os ciclos são os ciclos, sempre achámos que era mais
importante o modo como saíamos do ciclo e o modo como íamos à procura do
novo ciclo do que termos uma quebra de ciclo. Mas, não tendo sido
polémica, foi uma ideia muito pouco falada porque no nosso país não se
pode falar do que quer que seja sem ser para se elogiar, apoiar e, às
vezes, para esconder. A verdade é que estávamos em final de ciclo e um
ano depois todas as entrevistas do grandes 'players' nacionais e
internacionais que estão em Portugal falam que quebrámos um ciclo",
sublinhou o responsável.Em segundo lugar,
Costa Ferreira aponta "uma série de desafios tremendos", como a questão
das questões aeroportuárias. "Não é só o aeroporto de Lisboa. O do
Funchal tem particularidades difíceis de vencer, o do Algarve tem
especificidades que também temos que encontrar soluções e nos Açores
também temos uma realidade de transporte aéreo que não é a oitava
maravilha do mundo, embora a região dos Açores o seja", afirmou. Há
ainda, para o presidente da APAVT, "um problema de recursos humanos" no
setor, bem como "um problema de qualidade de serviço" nalgumas
atividades turísticas. "Houve algumas que souberam melhor aumentar o
preço do que melhor aumentar a qualidade e isso hoje está-se a sentir.
Temos problemas de mobilidade turística nas grandes cidades, temos a
necessidade de pôr mais território no turismo, temos a necessidade de
integrar mais cultura no turismo, etc, etc", acrescentou."Finalmente,
terceira realidade, estamos num momento de mudança de legislatura, o
que é sempre uma oportunidade fantástica de voltarmos à casa de partida
sem ideias preconcebidas e de voltarmos a olhar para o futuro sem esses
efeitos perversos", afirmou.Assim, e "por todas estas razões", para a APAVT o tema do congresso este ano "só podia ser 'Turismo: Opções Estratégicas'". "No
final trata-se de corresponder à extrema dificuldade que sobre os
nossos ombros recaem, que é o de representar o universo das agências de
viagens e com isso uma vez mais liderar a discussão ao olharmos para o
todo", concluiu o presidente da APAVT. Esta é a quinta vez que a Madeira vai receber o congresso nacional da APAVT.