Agências de viagens reúnem-se focadas em "longo caminho" para recuperação de empresas
7 de dez. de 2022, 09:32
— Lusa/AO Online
Pedro
Costa Ferreira respondeu à Lusa, por escrito, por ocasião do 47.º
congresso da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo
(APAVT), que vai decorrer de 08 a 11 de dezembro em Ponta Delgada, na
ilha de São Miguel, nos Açores.Questionado
sobre quais as expectativas da APAVT para este congresso, numa altura
em que os números mostram uma recuperação do setor para níveis perto de
2019, mas em que se vive uma conjuntura de alta inflação, de invasão da
Ucrânia, etc, o presidente da APAVT refere que, tal como em anos
anteriores, se pretende "fazer um ponto de situação e olhar para o
futuro, em conjunto com todos os 'stakeholders' [parceiros do setor]". "Será
preciso sublinhar que o ano reflete o espantoso dinamismo e liderança
do setor turístico, das agências de viagens também, mas que teremos de
percorrer um longo caminho de recuperação para voltarmos a ter os
balanços contabilísticos de 2019. Paralelamente, como é tradição dos
nossos congressos, será um momento de imersão total no destino turístico
Açores, São Miguel, em particular (...)", reforçou Pedro Costa Ferreira
.A 26 de setembro, a então secretária de
Estado do Turismo, Rita Marques, disse, em entrevista à Lusa, que
apesar da recuperação "muito vigorosa" do setor, os balanços das
empresas – "altamente deteriorados" – ainda vão levar alguns anos a
robustecer. A edição deste ano vai contar, segundo o mesmo responsável, com 751 congressistas. A 04 de julho, aquando a apresentação do congresso em Ponta Delgada,
Pedro Costa Ferreira lembrou que este encontro, apesar de "organizado
por agentes de viagens", é "historicamente o congresso do turismo
português", no qual se faz a "reflexão do que tem acontecido" e onde se
traçam "algumas bases do caminho" a percorrer.Sobre
a escolha dos Açores como ‘palco’ este ano, o presidente da associação
disse à Lusa terem, para começar, considerado "acertado fazer o
congresso" em Portugal, "depois da crise enorme" que se viveu.E
depois, "pareceu-nos bem escolher, no nosso país, uma montra de
sustentabilidade. Tivemos, da parte dos Açores em geral, do Governo
regional, e do próprio presidente, um acolhimento entusiástico desta
ideia, que fez com que imediatamente tomássemos a decisão", acrescentou.
Em julho, o presidente do Governo
Regional, o social-democrata José Manuel Bolieiro, realçou a importância
do congresso que vai permitir “combater a sazonalidade” por decorrer
num período de “época baixa”.O congresso
da APVT vai decorrer pela quinta vez nos Açores, depois de o arquipélago
já ter recebido o fórum em 1995, 2006, 2013 e 2018.Refira-se
que a 18 de novembro, aquando do encerramento do 33.º Congresso
Nacional da Hotelaria e Turismo, promovido pela Associação da Hotelaria
de Portugal (AHP), em Fátima, a então secretária de Estado do Turismo
mostrou-se ainda mais confiante do que em meses anteriores, dando como
"quase certo" um novo recorde de receitas turísticas no final deste ano.
Em 2019, um ano recorde para a atividade
turística nacional, Portugal alcançou receitas turísticas de mais de
18.000 milhões de euros. Em setembro de
2022, segundo as contas do Presstur a partir dos dados do Banco de
Portugal, as receitas turísticas atingiram 2.378,69 milhões de euros, um
montante que ultrapassa em 351,7 milhões de euros o mês homólogo de
2019, pré-pandemia, e supera em 72,2% ou 997,5 milhões o setembro de
2021.Em termos acumulados, de janeiro a
setembro de 2022, as receitas turísticas ascendem a 16.747,80 milhões de
euros, um aumento de 14% ou 2.058 milhões de euros face aos primeiros
nove meses de 2019. Comparando com o período homólogo de 2021, a subida é
de 139,2% ou 9.746,58 milhões de euros.