Agências de viagens acreditam ter recuperado totalmente da crise em 2018
22 de nov. de 2018, 10:39
— Lusa/AO Online
"O
histórico recente das agências de viagens é um histórico de
crescimento. As agências de viagens cresceram nos últimos anos mais do
que a economia nacional, cresceram mais do que o setor turístico,
cresceram mais do que o transporte aéreo e, este ano, apesar de todas
estas novas dificuldades e atmosferas normativas, contamos acabar o ano
com um crescimento no lazer de cerca de 10% e no 'corporate' [segmento
de viagens de negócios] não estaremos longe dos 8% ou 9%", afirmou o
presidente da Associação Portuguesa das Agências de Viagens e Turismo
(APAVT) à Lusa.Sem
concretizar o valor global do volume de negócios estimado, Pedro Costa
Ferreira diz, no entanto, que só na venda de bilhetes de avião das
companhias aéreas regulares o valor estará próximo dos 900 milhões de
euros. "Temos
uma estatística importante que é a venda de bilhetes aéreos em
companhias aéreas regulares - a que chamamos o BSP - e estamos no
acumulado a setembro a crescer 7%, o que é um número francamente
atraente para o setor, sobretudo se pensarmos nas extraordinárias
dificuldades operacionais que este ano tivemos de gerir junto dos nossos
clientes motivados pela quebra de 'performance' da qualidade da TAP",
explica Pedro Costa Ferreira. Assim, "se falarmos só em passagens aéreas regulares estaremos muito próximos dos 900 milhões de euros este ano", acrescenta. Posto
isto, no global - viagens de lazer e 'corporate' - em volume de
negócios o presidente da APAVT afirma poder estimar-se um crescimento
entre "os 9 e os 10%" em 2018. "É
um número francamente atraente se pensarmos que nos últimos anos temos
crescido a taxas muito semelhantes. Diria que atingimos este ano,
certamente, os números de 2008 e podemos dizer que recuperámos
totalmente do início da crise", destaca. Para
as contas, contribui a entrada em vigor em julho último da nova
diretiva de viagens organizadas, mas cuja quantificação do acréscimo de
custos o responsável diz não ter, até porque a operação do setor "ficou
com custos mais altos", mas também é verdade que, como "em qualquer
operação económica", esses custos são repercutidos ao consumidor,
assinala."Portanto, há um equilíbrio que acaba mais cedo ou mais tarde por atingir-se", sublinha. "Como
sabemos, esta nova diretiva traz responsabilidades acrescidas às
agências de viagens e também mais segurança aos consumidores que viajam
com as agências de viagens. Havia, naturalmente, algum receio, porque
era um quadro legislativo completamente novo do ponto vista das
responsabilidades e até dos custos. A grande verdade é que enfrentámos
um verão já com este quadro normativo e correu bem", nota Pedro Costa
Ferreira. Segundo
o presidente da APAVT, "a normalidade das operações, de facto, foi a
regra" e a associação desenvolveu seguros que permitiu às agências
colocá-los no mercado e segurarem o novo risco existente. "Desse
ponto de vista, penso que podemos estar todos satisfeitos, a
transposição [da diretiva] revelou-se capaz de organizar a nova
atmosfera de relacionamento entre clientes e agências de viagens e,
sobretudo, os agentes de viagens também revelaram estar à altura das
novas responsabilidades", afirma.O
44.º Congresso Nacional da APAVT começa hoje, em Ponta Delgada, nos
Açores, e reúne mais de 600 agentes do setor para debater 'os desafios
do crescimento' do Turismo em Portugal.