Autor: Lusa/AO Online
"O diálogo correu bem. Concordámos em continuar a operar a ISS até 2028. (...) E até 2030, iremos trabalhar na sua desorbitalização", declarou Dmitri Bakanov, citado pela agência de notícias estatal TASS.
Segundo aquele responsável, a Roscosmos e a NASA também planeiam discutir a sua cooperação quanto as estações orbitais nacionais que sucederão à ISS forem colocadas em prática, bem como a forma de "as operar e para uma série de missões no espaço profundo".
Bakanov chegou na terça-feira a Houston, nos Estados Unidos, para se encontrar com o administrador interino da NASA, Sean Duffy, apesar das graves tensões, devido ao conflito na Ucrânia.
O espaço é uma das últimas áreas de cooperação entre a Rússia e os Estados Unidos, que exploram juntos a ISS.
A Rússia anunciou em abril de 2023 a sua intenção de continuar a utilizar por mais alguns anos o seu segmento deste laboratório orbital, onde os seus cosmonautas se encontram permanentemente, apesar da idade.
Moscovo ambiciona construir a sua própria estação orbital, apesar das dificuldades do setor espacial russo, minado há anos por um subfinanciamento crónico, reveses e escândalos de corrupção.
O presidente Vladimir Putin afirmou em outubro de 2023 que o primeiro segmento desta nova estação espacial russa deveria ser colocado em órbita em 2027.
No âmbito das sanções contra a Rússia adotadas desde 2022, os países ocidentais terminaram a parceria com a Roscosmos, mas as naves russas Soyuz permanecem como um dos únicos meios de transportar equipas para a ISS e Moscovo desempenha um papel fundamental na sua manutenção em órbita.
Com
um modelo de cooperação internacional reunindo a Europa, o Japão, os
Estados Unidos e a Rússia, a ISS começou a ser montada em 1998. A sua
desativação estava prevista para 2024, mas a NASA estimou que poderia
funcionar até 2030.