Agência Espacial Europeia pretende enviar astronautas à Lua
28 de nov. de 2019, 20:58
— Lusa/AO online
Em
comunicado, a ESA refere, sem estimar datas e sem concretizar os termos,
que "os astronautas europeus voarão para a Lua pela primeira vez".A
agência espacial norte-americana NASA pretende enviar novamente
astronautas à Lua em 2024, incluindo a primeira mulher. Apenas
astronautas norte-americanos estiveram na Lua, entre 1969 e 1972.A
ESA comprometeu-se a iniciar "o processo de recrutamento de uma nova
classe" de astronautas para "continuar a exploração europeia em baixa
órbita terrestre e mais além".Por outro
lado, os astronautas recrutados em 2009 "continuarão a receber missões
de voo até que todos estejam no espaço pela segunda vez".No
comunicado, a Agência Espacial Europeia promete continuar associada à
Estação Espacial Internacional, na órbita terrestre, até 2023. É
esperada em 2024 a desativação da "casa" dos astronautas, onde se fazem
experiências científicas e tecnológicas em ambiente de microgravidade.A
ESA assumiu igualmente o empenho, a formalizar num acordo com a NASA e
outros parceiros internacionais, em participar na construção de módulos
de "transporte e habitação" para a primeira estação orbital da Lua, a
Gateway, de onde os Estados Unidos querem enviar missões humanas para a
Lua e, mais tarde, para Marte.A Agência
Espacial Europeia já é parceira da NASA na missão Ártemis, com que os
Estados Unidos ambicionam regressar à Lua em 2024, ao ter colaborado na
construção da nave Orion, que levará os astronautas até à órbita lunar.No
Conselho Ministerial, órgão governativo da ESA, os Estados-membros
confirmaram o apoio à missão conjunta da ESA e da NASA de recolha de
amostras de solo marciano, prevista para o período entre 2020 e 2030, e
aprovaram a continuidade do projeto do Space Rider, um veículo
reutilizável de transporte de carga para missões em órbitas baixas com a
duração de dois meses, nomeadamente as de observação da Terra. O
arquipélago dos Açores, para onde está prevista a construção de uma
base espacial para lançamento de pequenos satélites, a partir de 2021,
na ilha de Santa Maria, é apontado pela ESA como uma das localizações
adequadas para a aterragem do Space Rider.O
Conselho Ministerial da ESA, onde têm assento os ministros responsáveis
pelas atividades espaciais nos 22 Estados-membros da agência, arrancou
na quarta-feira, com a sessão de trabalhos a ser iniciada com a
"passagem de testemunho" da presidência espanhola para Portugal e
França, que assumem em conjunto a presidência do órgão durante os
próximos três anos, entre 2020 e 2023.Na
reunião de Sevilha - já copresidida pelo ministro da Ciência, Tecnologia
e do Ensino Superior, Manuel Heitor, e pela ministra francesa do Ensino
Superior, Investigação e Inovação, Frédérique Vidal, depois do homólogo
espanhol cessar funções - foi aprovado o orçamento da ESA para os
próximos cinco anos (2020-2024), no montante de 14,3 mil milhões de
euros. A ESA propõe-se concretizar novos
projetos, designadamente nos domínios da remoção do lixo espacial, da
automatização do controlo de tráfego espacial, dos alertas precoces e
minimização de danos na Terra causados por asteroides ou explosões
solares e das comunicações com satélites integrados na rede 5G (nova
geração de telecomunicações). Portugal,
que é membro da ESA desde 14 de novembro de 2000, aumentou a sua
contribuição financeira para a agência para, em média, 20 milhões de
euros anuais, totalizando 102 milhões entre 2020 e 2024. A quotização de
Portugal representa 0,7% do total do orçamento da ESA para programas e
atividades, que foram reforçados nas áreas da ciência e do transporte
espacial. Em 2019, Portugal, um dos países
que menos contribuem financeiramente para a Agência Espacial Europeia,
subscreveu a sua participação com 18 milhões de euros, o equivalente a
0,4% do orçamento desse ano da ESA. As
contribuições financeiras dos Estados-membros, que podem ser revistas
nas reuniões do Conselho Ministerial, têm por base o Produto Interno
Bruto (PIB), que define a riqueza de um país.