AG da SAD do Santa Clara não reconhece venda de de ações a investidor turco
A mesa da assembleia geral da SAD do Santa Clara não reconheceu hoje os documentos comprovativos da venda de 46,6% das ações, detidas até agora pelo acionista e antigo presidente da SAD Mário Batista, adiantou o representante do comprador dessa participação.

Autor: AO/LUSA

"O meu cliente fez as comunicações devidas à SAD do Santa Clara, em tempo devido, contudo o senhor presidente da assembleia geral entendeu que as comunicações não eram as adequadas e nessa medida entendeu que não estava verificada a transmissão das ações e, como tal, impediu a participação do meu cliente enquanto acionista nesta assembleia geral", disse Pedro Gomes, que abandonou a meio a reunião que decorreu hoje em Ponta Delgada.

Segundo o advogado e representante do empresário de nacionalidade turca Ismail Uzun, o negócio foi celebrado a 18 de outubro com a compra de 46,6% das ações de Mário Batista, antigo presidente da SAD e do clube da II Liga de futebol, que detinha uma participação de 47,6%.

"A decisão do presidente da assembleia geral é tomada no exercício de um direito próprio, não é recorrível para a própria assembleia geral e nessa medida o único recurso que pode haver é por via judicial, através de uma impugnação da própria deliberação, mas isso é uma questão que o meu cliente terá de avaliar e terá de decidir se quer fazer ou não", explicou Pedro Gomes.

O acionista Mário Batista, que compareceu na reunião plenária, confirmou o acordo celebrado com Ismail Uzun, passando assim a deter apenas 1% das ações, e acredita que "tudo será ultrapassado".

"Se o presidente da mesa da assembleia geral argumenta que a representatividade do Dr. Pedro Gomes falha por não serem papéis originais, quer a procuração quer o acordo, com certeza que os papéis vão surgir em termos originais e naturalmente em sede própria vamos dirimir essa situação", disse Mário Batista, recordando que o comprador vive na Alemanha e que "aguarda a todo o momento o original da procuração".

Mário Batista recusa as acusações da atual direção da SAD ‘encarnada’, encabeçada por Rui Cordeiro, de que não terá realizado a totalidade das ações (47,7%) avaliadas em 238 mil euros e já pediu uma assembleia geral, marcada para o dia 11 de novembro, para ser nomeado um revisor oficial de contas para esclarecer se o capital foi ou não realizado pelo acionista.

Segundo o presidente da SAD do Santa clara, Rui Cordeiro, ficaram aprovados os dois pontos da reunião, nomeadamente a "perda das ações tituladas pelo acionista Mário Batista" e "a venda a terceiros" mandatando o conselho de administração para "arranjar um comprador para as ações".

"Nós só procuramos cumprir com a lei, terão de ser feitas propostas, as propostas terão de ser analisadas e validadas pelos acionistas através do conselho de administração, se chegar cá alguém e fizer uma melhor proposta nós teremos de cumprir a legalidade e igualdade de tratamento dos investidores (...). O que temos de fazer é procurar o melhor comprador e com isso capitalizar a SAD ", sublinhou.

Rui Cordeiro espera poder apresentar dentro de dois ou três meses "propostas de compradores" para levar aos acionistas em nova assembleia geral da SAD do Santa Clara.