África do Sul ajusta confinamento para conter terceira vaga da pandemia
Covid-19
31 de mai. de 2021, 12:52
— Lusa/AO Online
O chefe de
Estado sul-africano disse que o Governo vai implementar o "confinamento
de nível 2 ajustado", advertindo para a "iminência de uma terceira vaga"
da pandemia da covid-19 em pelo menos quatro das nove províncias do
país. Ramaphosa referiu, num anúncio ao
país pela televisão, que a África do Sul registou uma média de 3.745
novas infeções por dia, significando um aumento de 31% de novos casos de
infeção nos últimos sete dias e 66% na semana anterior."A
proporção de testes à covid-19 positivos mais do que duplicou no último
mês, de cerca de 4% para mais de 11%, mesmo com o aumento dos testes em
todo o país", salientou.O Presidente
sul-africano considerou que "uma taxa de positividade de mais de 5% é um
motivo de preocupação", sublinhando que "ainda não sabemos se a nova
onda será severa ou por quanto tempo irá durar".De
acordo com Cyril Ramaphosa, o aumento de casos diários "segue a mesma
trajetória do início das duas vagas anteriores", sublinhando que as
províncias do Estado Livre, Cabo Oriental, Noroeste e de Gauteng
atingiram "uma terceira vaga de infeções".Como
parte das novas medidas ajustadas de confinamento contra a covid-19, o
chefe de Estado sul-africano anunciou um novo recolher obrigatório entre
as 23:00 locais e as 4:00 do dia seguinte e o encerramento de bares e
restaurantes às 22:00, apelando aos sul-africanos para evitarem "viagens
desnecessárias"."Devemos estar cientes de
que o vírus não se move de um lugar para outro por si mesmo, depende da
movimentação de pessoas. Quanto menos viajarmos, menos o vírus se
espalha", referiu.Nas últimas duas
semanas, notou Ramaphosa, mais de 960.000 pessoas receberam já uma dose
da vacina contra a covid-19 na África do Sul, das quais 480.000 foram
vacinadas com a primeira dose da vacina Pfizer. "Mais
de 67% dos funcionários da saúde foram vacinados", avançou Ramaphosa,
explicando que estes “profissionais de saúde receberam a vacina Johnson
& Johnson, que requer apenas uma única dose".Ramaphosa
revelou que o Governo assegurou 31 milhões de doses da Johnson &
Johnson e 20 milhões de doses da Pfizer, mas que tem apenas 1,3 milhões
de doses atualmente no país.Nesse sentido,
o chefe de Estado explicou que a entrega das vacinas da farmacêutica
Johnson & Johnson, foi adiada devido a "questões regulatórias"
relacionadas a falta de adesão aos padrões adequados numa das fábricas
nos Estados Unidos da América, segundo o presidente sul-africano.A
África do Sul, que pretende vacinar cerca de 40 milhões de pessoas até
ao final do ano, contabiliza mais de 1,6 milhões de casos confirmados de
covid-19 e mais de 56.000 mortes associadas à doença do novo
coronavírus, segundo as autoridades de saúde sul-africanas.O
Presidente Ramaphosa afirmou que o continente africano está a envidar
esforços para expandir a sua capacidade de produção de vacinas com vista
"a ser autossuficiente na produção de vacinas".