Autor: Lusa
Em Beirute, Saida (sul) e em Zahlé (leste), centenas de pessoas perfilaram-se desde madrugada em frente dos centros de votação, que estão a registar forte presença de votantes.
A votação está a decorrer sob alta vigilância, com quase 50 mil soldados e polícias destacado nas ruas para fazer face a qualquer incidente. Tanques militares tomaram posições estratégicas nas principais artérias das grandes cidades.
"É um grande dia para a democracia e para o Líbano. Que Deus preserve esta democracia", afirmou à imprensa Saad Hariri, líder da maioria parlamentar cessante.
O presidente da República, Michel Sleimane, que votou em Amchit (norte), fez um apelo a todos os políticos para "baixarem de tom nos seus discursos", muito tensos durante a campanha eleitoral que opõe a minoria parlamentar conduzida pelo Hezbollah xiita (apoiado pelo Irão e pela Síria) e a maioria parlamentar do partido sunita de Saad Hariri, apoiado por Washington e Riade.
"Ninguém ganhará com uma situação tensa", advertiu o presidente libanês.
Segundo as sondagens, a disputa eleitoral será muito renhida em cerca de três dezenas de círculos eleitorais, nomeadamente nas regiões cristãs, onde os eleitores estão divididos entre ambas as partes.
"A nossa preocupação é saber se os libaneses aceitarão os resultados dos escrutínios", declarou hoje à imprensa em Beirute o antigo presidente dos Estados Unidos, Jimmy Carter.
Cerca de 3,2 milhões de libaneses são chamados às urnas e milhares de expatriados regressaram ao país para participar nas eleições, uma vez que segundo a lei os libaneses não podem votar a partir do estrangeiro.
Dos resultados destas eleições dependerá o futuro do país: continuar com apoio do Ocidente, nomeadamente dos Estados Unidos e União Europeia (UE), ou uma viragem para a influência do Irão e Síria, aliados do Hezbollah.
Os dois campos rivais estão num braço-de-ferro desde há quatro anos, que quase mergulhou o país uma nova guerra civil em Maio de 2008.