Autor: Rafael Dutra
A aerogare do aeroporto de Ponta Delgada irá ser alvo de obras em 2026 que visam a ampliação, em cerca de 30%, do espaço ar para aumentar a capacidade de desembarque e para adicionar novas portas de desembarque, afirmou ontem o presidente do Governo dos Açores.
A afirmação foi avançada a propósito de uma reunião ontem do Governo dos Açores com o Conselho de Ilha de São Miguel, entidade que reportou, em memorando, e na ocasião, “vários problemas que são mais emergentes”, relacionados com a economia, mas também com a saúde, educação, segurança, e acessibilidades (marítimas, terrestres e aéreas).
Segundo o presidente do Conselho de Ilha de São Miguel, é preciso investimentos no aeroporto de Ponta Delgada, pois está “completamente estrangulado em termos de acesso às pessoas e falta de comodidade”.
Jorge Rita considerou ainda ser necessária a ampliação do Porto de Ponta Delgada e que é preciso uma revisão do atual modelo de transporte marítimo de mercadorias que, na sua ótica, se revela ineficiente e muito oneroso para as empresas e para os consumidores.
Sobre os transportes terrestres, o presidente do Conselho de Ilha de São Miguel defende a alteração do modelo de transporte coletivos de passageiros, mas também aponta a necessidade de realizar investimentos necessários na conservação e melhoria nas vias terrestres.
Aos jornalistas, Jorge Rita sublinhou também ser preciso “reforçar os meios para a segurança que neste momento não estão totalmente assegurados”, tendo alertado também para a questão da toxicodependência cada vez mais visível na ilha.
Por sua vez, o presidente do Governo dos Açores salientou a produtividade da reunião, “fruto”de uma “interação e de uma reflexão profunda mais alargada com a participação em dialética entre os respetivos membros do Governo, das áreas constantes do memorando, também com a mesa do Conselho de Ilha [de São Miguel]”, que indicou as suas prioridades, “que justificam uma reflexão conjunta com o Governo e as suas políticas públicas”, frisou.
Elencando uma destas preocupações, nomeadamente a melhoria da aerogare do aeroporto de Ponta Delgada, o governante afirmou que foi dado a conhecer o progresso relativamente aos “compromissos e exigências perante a concessionária, que neste caso é a ANA Vinci”.
“Nós já explicámos, tal como o Conselho de Administração da ANA Vinci nos apresentou, os planos que estão agora a ser concretizados, algumas obras de conforto no espaço terra e aquelas que, a partir de 2026, serão realizadas no espaço ar, designadamente mais portas de desembarque”, declarou Bolieiro, frisando que algumas destas obras já estão a ser realizadas, que têm mais a ver com a parte de conforto, sendo que a outra empreitada, que consiste na ampliação em 30%no espaço ar da aerogare do aeroporto de Ponta Delgada irá arrancar em 2026.
Nesse sentido, constatou que o espaço onde hoje funciona a sala VIP irá passar a ser um local para mais portas de desembarque. “Depois, haverá zona em piso superior para a instalação de alguns serviços e comércio”, prosseguiu.
Na ocasião, o Governo dos Açores também deixou nota de: “qual é o percurso e o entendimento que temos relativamente ao Hospital Divino e Espírito Santo, que também foi uma grande preocupação”.
Para além disso, foi dada a conhecer uma explicação relativa ao “estudo e ao planeamento” que está a ser desenvolvido pelo executivo açoriano relativamente ao “transporte marítimo de cargas e as capacidades” que estão a ser instaladas no Porto de Ponta Delgada.
“Bem como, também, o concurso que termina o prazo
de entrega de propostas para a concessão do transporte terrestre na
ilha de São Miguel”, explicou José Manuel Bolieiro, concluindo que, em
suma, está a ser feita uma partilha de informações quanto às matérias
que são, no entender do Conselho de Ilha de São Miguel, as “prioritárias
para São Miguel e, naturalmente, para os Açores”.