Administrações públicas gastaram menos 8,3% em proteção ambiental em 2016
20 de dez. de 2017, 14:50
— Lusa/AO online
As
Estatísticas do Ambiente 2016 hoje divulgadas referem que "quase metade
da despesa (46,3%) foi aplicada no domínio 'gestão de resíduos' com 445
milhões de euros". Em
2015, esta despesa tinha sido de 455 milhões de euros correspondente a
43,4% do total das despesas das administrações públicas. No
ano passado, as despesas em ambiente representaram 1,36% do Produto
Interno Bruto (PIB), próximo do resultado alcançado no ano anterior
(1,44%), explica o Instituto Nacional de Estatística (INE). Nas administrações públicas a despesa em ambiente diminuiu face ao ano anterior, tendo representado 0,55% do PIB. Em
segundo lugar, nos gastos das administrações públicas, está a 'proteção
da biodiversidade e paisagem' com 31,7%, a mesma contribuição que em
2015, enquanto a despesa 'proteção da qualidade do ar e clima' diminuiu
27%, "resultado das atividades correntes do Fundo Português do Carbono",
explica o INE.Ao
contrário, a despesa da 'proteção e recuperação dos solos, de águas
subterrâneas e superficiais” registou um acréscimo, de 12,8%, explicado
com os "trabalhos executados com a reabilitação e regularização de
várias ribeiras, [depois] da intempérie de fevereiro de 2010 que assolou
a Região Autónoma da Madeira".No
ano passado, a administração central destinou metade da sua despesa
total na área do ambiente, correspondente a 157 milhões de euros, à
conservação da natureza e biodiversidade, nomeadamente em ações e
medidas empreendidas pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) e pelo
Instituto da Conservação da Natureza e Florestas (ICNF) na gestão e
proteção das zonas costeiras e nas áreas protegidas. O
INE acrescenta que a Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC)
também realizou despesas naquela área, "na prevenção e combate a
incêndios florestais e no apoio aos municípios com corpos de bombeiros
no território continental".A
'proteção da qualidade do ar e clima' foi a segunda maior despesa da
administração central, contribuindo com 30,9% do total, ou 98 milhões de
euros, menos que os 133 milhões de 2015. No
conjunto das despesas em ambiente, os encargos ambientais da indústria,
constituída por empresas com atividade económica nas áreas extrativas e
transformadoras, eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar
frio, captação, tratamento e distribuição de água, aumentaram 12,4%
comparativamente ao ano anterior, equivalendo a 0,21% do PIB (0,18% em
2015).A
despesa dos 'produtores especializados', constituídos essencialmente por
empresas cuja atividade principal é a prestação de serviços de ambiente
nas áreas do saneamento de águas residuais e na recolha, tratamento e
destino final de resíduos, diminuiu 6,7% face a 2015, representando
0,60% do PIB (0,64% em 2015), segundo o INE. Com
440 milhões de euros de gastos em 2016 (mais seis milhões face ao ano
anterior), os municípios concentraram 74,4% do total da despesa com
atividades de recolha e transporte até às instalações de tratamento de
resíduos, varredura e limpeza urbana.