Administração Trump admite lei de imigração que atribui cidadania para milhares de jovens
3 de jan. de 2018, 10:32
— Lusa/AO online
O
Congresso considera três opções, incluindo a cidadania ou ‘estatuto
legal’ permanente para as pessoas temporariamente protegidas da
deportação, disse Kirstjen Nielsen, numa entrevista.Os
detalhes sobre a qualificação para a cidadania, incluindo sobre o tempo
de espera, entre outros requisitos, terão ainda de ser resolvidos,
acrescentou.Questionada
sobre se o Presidente apoiaria a cidadania, a responsável afirmou: "Eu
acho que ele está aberto a ouvir as diferentes possibilidades e o que
isso significa, mas, a meu ver, não houve nenhuma decisão da Casa
Branca".Em
setembro, o Presidente dos EUA, Donald Trump, disse que não consideraria
a cidadania para os beneficiários da DACA - um programa da era de Obama
que Trump considerou no ano passado que estava encerrado, dando ao
Congresso até março para entregar uma solução legislativa.As
opções consideradas pelo Congresso incluem a residência permanente, a
residência por um certo período de tempo - talvez três ou quatro anos,
sujeito a renovação - e a cidadania, afirmou Nielsen."Será
interessante ver onde (o Congresso) pode sentir-se confortável com o
que consideram uma solução permanente, mas a ideia é que nos afastemos
do estatuto temporário", disse.Em
outubro, o Presidente apresentou aos líderes do Congresso com uma longa
lista de exigências para acompanhar a proteção dos destinatários da
DACA.Nielsen
disse que esperava que a Casa Branca e o Congresso pudessem chegar a um
acordo que inclua o reforço das regras de imigração. A responsável
afirmou ainda que construir um muro ao longo da fronteira do México era a
primeira e mais importante medida e que a administração queria acabar
com as "lacunas" em questões que incluem o tratamento de pedidos de
asilo e a colaboração entre a polícia local e as autoridades de
imigração."Eu
continuo otimista. Você deve ser (…). "É muito importante. O povo
americano disse que queria. Acho que devemos encontrar um terreno comum.
A dificuldade está nos detalhes”, afirmou.A
secretária da Segurança Interna dos Estados Unidos disse também que ela
e outros altos funcionários do governo discutiriam um possível acordo
com os membros do Congresso ainda esta semana e que o presidente o
levaria a uma reunião, hoje , com líderes do Congresso sobre prioridades
legislativas para 2018.A
responsável falava horas depois de o Presidente dos EUA ter criticado
os democratas por "não fazerem nada" para proteger os destinatários da
DACA.Nielsen,
que visitou protótipos do muro fronteiriço proposto por Trump em San
Diego, disse que o Presidente pediria 1,6 mil milhões de dólares no
próximo ano pela barreira, além dos 1,6 mil milhões que este ano
pretende para construir ou substituir 118 quilómetros na Califórnia e no
Texas."É um adiantamento", disse. "Não vai dar para todo o muro, mas é um começo", acrescentou.Trump
encontrou uma rígida oposição democrata ao muro, uma promessa de
campanha central. A barreira cobre atualmente 1.046 Km, cerca de um
terço da fronteira, grande parte dela construída durante a presidência
de George W. Bush.Nielsen
considerou que a resolução de algumas "lacunas" também era uma
prioridade, apontando as recusas por parte de uma polícia local para
honrar os pedidos das autoridades federais para deter ilegalmente
pessoas no país, as proteções legais especiais para crianças não
acompanhadas que entram ilegalmente no país e não são do México ou do
Canadá e os critérios para uma triagem inicial sobre pedidos de asilo.A
responsável disse acreditar que qualquer proteção permanente para os
beneficiários do DACA deveria ser limitada às centenas de milhares que
se qualificaram durante os três anos em vigor e que deveria incluir
permissão para trabalhar.Nielsen
enfrenta um prazo, até segunda-feira, sobre o prolongamento da
permissão para cerca de 200.000 salvadorenhos permanecerem no país
temporariamente, uma medida que é destinada a proteger os estrangeiros
que fogem de desastres naturais. "Conseguir-lhes
uma solução permanente é um plano muito melhor do que permitir-lhes
ficarem por seis meses, 12 meses ou 18 meses", afirmou.