De
acordo com os dados da tutela, foram adiadas até ao dia 19 de fevereiro
menos de metade (46%) das 11.022 cirurgias previstas para as dez
unidades hospitalares abrangidas, que vão agora proceder ao
reagendamento.Segundo
o balanço do Ministério da Saúde, o maior percentagem de cirurgias
adiadas registou-se no Centro Hospitalar Universitário de São João, no
Porto (adiadas 1.334 das 2.453 previstas – 54%), seguindo-se o Centro
Hospitalar Universitário do Porto (adiadas 977 das 1.888 previstas -
52%) e o Centro Hospitalar Universitário de Coimbra (adiadas 531 das
1.078 previstas - 49%), que apenas se juntou à greve a 08 de fevereiro.No
Centro Hospitalar Entre-Douro e Vouga foram adiadas 426 cirurgias (47%)
das 906 previstas e no Centro Hospitalar de Setúbal (que se juntou à
greve a 08 de fevereiro) foram adiadas 128 cirurgias (47%) das 270
previstas.Os
dados do Ministério da Saúde indicam ainda que no Hospital Garcia de
Orta foram adiadas 223 cirurgias (44%) das 509 previstas, no Centro
Hospitalar Vila Nova de Gaia e Espinho foram 515 as cirurgias adiadas
(40% das 1.300 previstas), no Centro Hospitalar de Tondela e Viseu
adiaram 227 cirurgias (40%) das 574 previstas e no Hospital de Braga
foram 546 as cirurgias adiadas, o que representa 38% das 1.437
previstas.O
Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte, que se juntou à greve a 08
de fevereiro, adiou 124 cirurgias (20%) das 607 que tinha previsto
realizar.A
segunda greve cirúrgica dos enfermeiros - a primeira decorreu entre
novembro e dezembro de 2018 - começou no passado dia 31 de janeiro e
prolonga-se até 28 de fevereiro.Um
dos dois sindicatos que a convocaram, a Associação Sindical Portuguesa
dos Enfermeiros (ASPE), pediu a suspensão da greve depois de um parecer
da Procuradoria-Geral da República que considerou a primeira paralisação
ilícita, permitindo ao Governo ordenar a marcação de faltas
injustificadas, mas a outra estrutura sindical (Sindicato Democrático
dos Enfermeiros - Sindepor) decidiu mantê-la. Na
sequência da requisição civil decretada a 07 de fevereiro pelo Governo
em quatro dos centros hospitalares abrangidos pela greve dos
enfermeiros, alegando o não cumprimento dos serviços mínimos, o Sindepor
avançou com uma intimação no Supremo Tribunal Administrativo, que
aguarda decisão.Entretanto,
o Ministério da Saúde anunciou que o Governo prevê retomar até aos
primeiros dias de março as reuniões negociais com as estruturas
sindicais dos enfermeiros.Segundo a tutela, “estas reuniões incidem em temas como a organização do tempo de trabalho e a avaliação de desempenho”.A
Federação Nacional dos Sindicatos dos Enfermeiros (FENSE) retomará as
reuniões destinadas à celebração do acordo coletivo de trabalho, cuja
negociação decorre desde novembro de 2018.Também
a Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e o Sindicato
Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor) solicitaram idêntico
processo negocial, estando em curso a assinatura do respetivo protocolo.Por
seu lado, o Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP) solicitou esta
semana uma nova reunião sobre outros assuntos, acrescenta o ministério.