Adiada leitura de acórdão em caso de burlas nos apoios de mobilidade na Madeira
8 de nov. de 2022, 17:53
— Lusa/AO Online
A leitura
do acórdão, que estava prevista para o início da tarde desta terça-feira, foi
agendada para o próximo dia 23 de novembro.De acordo com a presidente do coletivo de juízes, este adiamento acontece devido à introdução de novos factos no processo.Perante
esta alteração não substancial dos factos, a defesa dos arguidos tem
agora um período não inferior a 10 dias para poder pronunciar-se, caso
assim o entenda.Esta é a segunda vez que a
leitura do acórdão é adiada, depois de, na semana passada, segundo
fonte do tribunal, o coletivo de juízes ter solicitado mais tempo para
analisar a vasta documentação associada ao processo.O
esquema, de acordo com a acusação, remonta a 2016, quando os quatro
jovens, com idades entre os 26 e os 35 anos, de diferentes pontos do
país, terão decidido encetar um plano para receber, de forma indevida, o
subsídio social de mobilidade que é atribuído mediante viagem entre a
Madeira e Portugal continental, para residentes daquele arquipélago.Segundo
a acusação, os jovens terão arrecadado um total de 211 apoios, de 314
euros cada, conseguindo um proveito global de 66.254 euros.A
eventual burla passava por comprarem um bilhete para viajar entre a
Madeira e Portugal continental, cancelando a viagem após ser emitido o
recibo, sendo reembolsada a totalidade do montante pago pelo bilhete.Posteriormente,
já com a viagem cancelada, mas na posse do comprovativo de compra do
bilhete, um dos membros do grupo reclamava numa loja CTT o pagamento do
subsídio social de mobilidade, apresentando documentos aparentemente
válidos (bilhete, recibo de pagamento, cartão de embarque), assim como
certificações notariais e cartões de cidadão forjados.Um
dos jovens do grupo, de 33 anos, com última residência conhecida no
Caniço, na ilha da Madeira, ficou responsável por arranjar a
documentação necessária para a concretização do plano, nomeadamente as
cópias de cartões de cidadãos madeirenses e supostas certificações
notariais.Foi também este arguido que terá
adiantado as quantias para as compras dos primeiros bilhetes
eletrónicos e encarregou um jovem, a residir em Salvaterra de Magos, de
angariar outros dois elementos – uma jovem de 26 anos a morar no Funchal
e um homem de 35 anos, a viver atualmente em Loulé.Os valores que cada um receberia seriam definidos por esse jovem do Caniço.Os
pedidos de apoio aconteceram em lojas dos CTT de Coimbra, Porto e
Lisboa, sendo o arguido a morar em Loulé responsável pelo maior número
de pedidos de subsídio (39 mil euros).