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Listas de espera cirurgia
ADEXO critica tratamento dos dados
 A Associação de Obesos e Ex-Obesos de Portugal (ADEXO) prometeu esta segunda-feira intensificar as reivindicações e aproveitar as campanhas eleitorais para o fazer, no mesmo dia em que criticou o tratamento dos números das listas de espera para cirurgia.

Autor: Lusa/AO Online

O último relatório do Sistema Integrado de Gestão de Inscritos para Cirurgia (SIGIC) refere um tempo de espera no âmbito da obesidade de quase 15 meses.

“A forma que têm de ler as coisas, dá muito jeito”, criticou o presidente da Adexo, Carlos Oliveira, referindo que se somam todos os inscritos e todos os hospitais, mas na verdade há listas de espera de “seis, oito e 14 anos”.

Para exemplificar, o dirigente referiu que para 400 doentes inscritos e 20 a 30 operações anuais realizadas num hospital, o tempo de espera pode ascender a 14 anos.

“Um doente de Faro não vai para o Douro, Braga e Coimbra. Ninguém os tira de lá e cada hospital responde pela sua lista”, exemplificou.

O responsável sublinhou que os preços propostos para este tipo de cirurgia faz com que os hospitais não a queiram fazer e lembrou que isso mesmo foi reconhecido pelo coordenador do SIGIC.

Ao jornal Público, Pedro Gomes afirmou que o “preço é tão baixo que ninguém as quer fazer”, o que se aplica tanto no sector público, como no privado.

Carlos Oliveira refere que a questão das cirurgias só terá um avanço positivo quando avançarem os centros de tratamento convencionados.

Depois de decretar um Dia de Luto, em Maio, pelas nove mil pessoas obesas que morreram em lista de espera desde 2004, e de haver uma concentração de esforços de vários grupos ligados à obesidade, as criticas prometem aumentar.

À Lusa, Carlos Oliveira afirmou que as associações querem entrar na campanha política e denunciar que os partidos continuam a “descriminar” uma larga percentagem da população.

Santos Cardoso, do Movimento de Utentes da Saúde classificou como “muito incompletos” os dados gerais hoje revelados pelo SIGIC, ao não incluir os tempos de espera para a primeira consulta hospitalar.

Com a eventual inclusão desses valores de “centenas de milhares” de casos “haveria um maior tempo de espera das estatísticas”.

“A situação de espera por consultas agrava em muito as idas às urgências”, concluiu.

“As questões não ficarão resolvidas enquanto não houver interligação entre os centros de Saúde e os hospitais”, disse à Lusa.