Adesão à greve dos trabalhadores da saúde "elevada" no turno da noite
24 de nov. de 2017, 10:32
— Lusa/AO online
Os
profissionais de saúde iniciaram às 00:00 de hoje um dia de greve, que
não abrange médicos nem enfermeiros, mas que, nas contas dos sindicatos
que a convocaram, deverá abranger cerca de 200 mil trabalhadores entre
assistentes técnicos (administrativos) e assistentes operacionais
(auxiliares).Em
declarações à agência Lusa, o secretário-geral da Federação Sindical da
Administração Pública (FESAP), José Abraão, não quis avançar com
percentagens relativamente ao turno da noite, mas adiantou que “são
muito elevados”.“No
que diz respeito ao turno da noite, há números muito significativos que
inviabilizaram a resposta imediata do serviço. (…) Os serviços estão a
trabalhar com deficiências. No Porto e em Lisboa e nos hospitais do
interior do país, temos uma resposta superior à da última greve da
saúde”, sublinhou.O
dirigente lembrou que esta é uma paralisação dos assistentes técnicos,
dos assistentes operacionais e também dos técnicos de diagnóstico e
terapêutica, cuja carreira foi recentemente negociada, mas ainda não
está regulamentada, e que estão em greve há 20 dias.“No
turno da manhã que começa às 08:00 prevê-se uma grande adesão. Temos
consultas que não se vão fazer, outras foram desmarcadas e outras vão
realizar-se com atrasos. Há cirurgias programadas que provavelmente
terão dificuldades sem e realizar”, disse José Abraão, remetendo mais
informação para mais tarde.Os
primeiros dados referentes à greve dos trabalhadores da saúde,
divulgados no início da madrugada, nos hospitais do distrito de Lisboa
davam uma adesão superior a 80% atingindo, no caso do Amadora-Sintra, os
100%, segundo a Federação, da CGTP.A greve foi convocada pelas estruturas da UGT (FESAP) e da CGTP-IN (Frente Comum).Entre
as motivações da greve está a falta de acordo coletivo de trabalho para
40 mil profissionais de saúde com contratos individuais de trabalho,
mas que não beneficiam do descongelamento das carreiras, nem têm horário
semanal de 35 hora, sobretudo dos hospitais EPE (Entidades Públicas
Empresariais).
“O texto do acordo coletivo de trabalho está praticamente negociado, só
falta vontade política”, afirmou José Abraão, que disse já ter pedido a
semana passada uma reunião ao ministro da Saúde, Adalberto Campos
Fernandes, para discutir o tema.O
dirigente sindical considerou que é importante que o Governo "não
reduza" os problemas laborais na saúde [apenas] "aos médicos e
enfermeiros, que têm feito excelente trabalho”, mas que aprove melhorias
para todos os profissionais, uma vez que todos são necessários ao
funcionamento dos serviços.