Adesão à CEE foi “marco histórico no desenvolvimento do país”
UE/40 anos
Hoje 10:58
— Lusa/AO Online
“A adesão de
Portugal à então CEE foi um marco histórico no desenvolvimento do país,
transformando-o para melhor, segundo todos os indicadores económicos e
sociais”, afirmou o líder da instituição europeia que junta os chefes de
Governo e de Estado da UE.Numa declaração
enviada à Lusa a propósito do 40.º aniversário, que se assinala a 01 de
janeiro de 2026, o antigo primeiro-ministro português vincou que “o
alargamento a Portugal - e a Espanha - foi também um marco na
consolidação democrática da Europa”.“É
este sucesso irmanado que hoje nos volta a convocar para um desígnio
comum. Precisamos dessa unidade e dessa força para garantirmos a paz, a
segurança e a prosperidade na Europa”, pediu António Costa, na mesma
declaração.Depois de quase uma década como
primeiro-ministro português, a 01 de dezembro de 2024, António Costa
começou o mandato de dois anos e meio à frente do Conselho Europeu,
sendo o primeiro socialista e o primeiro português neste cargo.A
01 de janeiro de 1986 foi concretizada a adesão de Portugal à CEE, que
provocou mudanças estruturais significativas para o país.Desde
a adesão, há 40 anos, o país já recebeu mais de 100 mil milhões de
euros em fundos europeus, aplicados sobretudo em infraestruturas
rodoviárias e ferroviárias, saneamento básico, educação e modernização
administrativa.Em termos económicos, de
acordo com os gabinetes estatísticos europeu e nacional, entre 1986 e a
atualidade o produto interno bruto (PIB) 'per capita' português em
paridades de poder de compra passou de cerca de 50–55% da média da então
CEE para valores próximos de 75% da média da agora UE, apesar de recuos
na crise financeira.A integração europeia
incluiu ainda a entrada no espaço de livre circulação Schengen, a
adoção do euro (em 1999, oficializada em 2002) e o acesso ao mercado
único, que impulsionou exportações e investimento estrangeiro.Em
concreto, as exportações passaram de cerca de 15% do PIB nos anos de
1980 para mais de 45% do PIB, com forte diversificação de mercados.Ao
mesmo tempo, aumentaram os níveis de escolaridade, a esperança média de
vida e a cobertura de serviços públicos essenciais, consolidando ganhos
económicos e sociais, embora persistam desafios em termos de
produtividade e de rendimentos.Num
Eurobarómetro divulgado em meados de dezembro deste ano, 69% dos
portugueses inquiridos afirmaram ter uma imagem positiva da UE, o valor
mais alto entre os 27 países-membros, e 71% disseram confiar nas
instituições europeias, também acima da média comunitária.Também
nesse estudo de opinião, Portugal constava entre os países com maior
percentagem de cidadãos que consideram que o país beneficiou da adesão à
UE.