AD perde por margem curta mas sobe em relação a 2019 e 2014
Europeias
10 de jun. de 2024, 00:22
— Lusa/AO Online
Em
mandatos, a AD manteve os sete eurodeputados que, há cinco anos, PSD e
CDS-PP tinham conseguido em separado (seis e um, respetivamente) e há
dez, nessa altura também numa coligação entre sociais-democratas e
democratas-cristãos.Em 2019, PSD e CDS-PP
somaram 28,13% e 930 mil votos, contra os 31,1% e mais de 1,2 milhões de
votos agora conseguidos, segundo os resultados provisórios, numa
eleição em que a abstenção desceu. Há
cinco anos, o PPM, que integra a atual AD, concorreu na coligação
Basta!, juntamente com o PPV e pessoas ligadas ao Chega, incluindo o
líder André Ventura, obtendo cerca de 50 mil votos.Nas
últimas europeias, o PSD teve o seu pior resultado de sempre em
eleições nacionais, ficando abaixo dos 22%, e o CDS-PP conseguiu 6,19%.
Cinco anos antes, tinha tido o seu segundo pior resultado ao Parlamento
Europeu: 27,7%, em coligação com o CDS-PP.No
domingo, Luís Montenegro registou a sua primeira derrota eleitoral
desde que é presidente do PSD – venceu as legislativas e o PSD também
ganhou duas regionais na Madeira e outra nos Açores -, mas considerou
que, apesar de ter falhado o principal objetivo de “ter mais um voto” do
que o PS, o balanço dos últimos dois anos “é francamente positivo”.“O
resultado dá-nos muito, mas mesmo muito alento para prosseguirmos nos
próximos anos a caminhada que nos trouxe até aqui”, disse o também
primeiro-ministro.O líder do PSD salientou
que o resultado da AD foi conseguido numa circunstância em que duas
forças políticas à direita – Chega e IL -, que eram há cinco anos
“inexpressivas”, conseguiram hoje quatro eurodeputados.O PSD ficou a cerca de 1 ponto percentual do PS e teve menos 38 mil votos do que os socialistas.Em
relação às legislativas de março, que a AD tinha vencido também por uma
escassa margem (54 mil votos e 0,85%), a coligação PSD/CDS-PP/PPM subiu
em percentagem, passando de 28,8% para 31,1%.Nas
europeias de 2019, a diferença entre os dois partidos foi de 379 mil
votos, com vantagem para o PS. Se se somar o resultado do CDS-PP, a
margem da vitória dos socialistas foi de 176 mil votos.O
cabeça de lista da AD, Sebastião Bugalho, que tinha traçado como metas
mínimas manter os sete eurodeputados e ter mais um ponto que a sua idade
– 29% -, considerou que a coligação acaba esta campanha “de cabeça
erguida” e gracejou sobre a curta margem de vitória do PS.“Alguém
até poderia dizer que foi mesmo por poucochinho”, disse Bugalho, numa
alusão a palavras do socialista António Costa nas europeias de há dez
anos, quando era secretário-geral do PS António José Seguro.Com
o resultado de domingo, o PSD perdeu seis das nove eleições europeias,
só tendo vencido em 1987, em 1989 e em 2009, na primeira das três
eleições como cabeça de lista do agora ministro Paulo Rangel, que
conseguiu então 31,7% dos votos.O melhor
resultado de sempre do PSD em europeias ocorreu logo nas primeiras
eleições que se realizaram em Portugal para o Parlamento Europeu, em
1987, numa lista encabeçada pelo ex-líder do PSD e agora independente
Pedro Santana Lopes, com 37,5% dos votos.Os
eurodeputados eleitos pelo PSD foram Sebastião Bugalho, o
vice-presidente do PSD Paulo Cunha, Ana Miguel Pedro (do CDS-PP), o
ex-autarca Hélder Sousa e Silva, a única recandidata da lista Lídia
Pereira, o também antigo presidente de Câmara Sérgio Humberto e o
representante dos Açores Paulo Nascimento Cabral.