Açorianos sentiram 124 sismos em 2023 e o mais energético teve magnitude 4,3
29 de ago. de 2024, 12:13
— Lusa
Segundo a
Carta de Sismicidade dos Açores de 2023, publicada na página da
Internet do Centro de Informação e Vigilância Sismovulcânica dos Açores
(CIVISA), os abalos sentidos foram justificados pela atividade sísmica
registada no vulcão de Santa Bárbara, na ilha Terceira. De acordo com o documento, o sismo mais energético sentido na região, em setembro, foi registado neste sistema vulcânico.“Este
sismo foi sentido com intensidade máxima V/VI nas freguesias de Santa
Bárbara, São Bartolomeu, Terra Chã e São Mateus”, indicou o CIVISA em
comunicado.Em termos de distribuição
geográfica, a Carta de Sismicidade dos Açores indica que “a maioria da
sismicidade localizável” se centrou no vulcão de Santa Bárbara -
Terceira (zona sismogénica SZ24), a oeste do Faial (zona sismogénica
SZ43) e na ilha de São Jorge (zona sismogénica SZ36). Já
o maior número de sismos foi registado no mês de julho (22), “tendo
contribuído em grande parte para este número, a crise sismovulcânica no
vulcão de Santa Bárbara”, lê-se.A Carta
foi publicada pelo CIVISA no âmbito do projeto VOLRISKMAC II, financiado
pelo Programa de Cooperação INTERREG V-A Espanha-Portugal MAC
(Madeira-Açores-Canárias) 2014-2020, e em colaboração com o Instituto de
Investigação em Vulcanologia e Avaliação de Riscos da Universidade dos
Açores. A publicação surge na sequência do
compromisso assumido pelo Centro de Informação em 2018 de
disponibilizar anualmente o documento “numa plataforma acessível e de
forma gratuita, com o objetivo de promover uma maior consciencialização
da população relativamente à atividade sísmica que ocorre na região”.Além
do mapa de sismicidade anual do arquipélago, a publicação apresenta os
mapas de sismicidade mensal, o mapa com a configuração da Rede de
Monitorização Sísmica Permanente do CIVISA, bem como o mapa com as áreas
sismogénicas definidas para o arquipélago e quais são alvo de
monitorização. Também é indicada a
distribuição diária e mensal do número de eventos registados e sentidos,
bem como a energia sísmica libertada.Relativamente
à sismicidade sentida, segundo o mesmo relatório consultado hoje pela
agência Lusa, ocorreu predominantemente, nos meses de julho (22 sismos
sentidos) e de setembro (19), seguindo-se maio (16), dezembro (13) e
outubro (11).Os meses com menor número de
eventos registados foram janeiro (três), fevereiro, março e novembro
(seis cada), abril e junho (sete cada) e agosto (oito).Segundo
a escala de Richter, os sismos são classificados segundo a sua
magnitude como micro (menos de 2,0), muito pequenos (2,0-2,9), pequenos
(3,0-3,9), ligeiros (4,0-4,9), moderados (5,0-5,9), forte (6,0-6,9),
grandes (7,0-7,9), importantes (8,0-8,9), excecionais (9,0-9,9) e
extremos (quando superior a 10).A escala de Mercalli Modificada mede os "graus de intensidade e respetiva descrição".Com
intensidade V, considerada forte – como ocorreu com o abalo mais
energético do ano passado -, os sismos são sentidos fora de casa, as
pessoas são acordadas, os líquidos oscilam e alguns extravasam, pequenos
objetos em equilíbrio instável deslocam-se ou são derrubados, as portas
oscilam, fecham-se ou abrem-se, ao passo que os estores e quadros se
movem e os pêndulos de relógios param ou alteram o estado de oscilação,
de acordo com a descrição do Instituto Português do Mar e da Atmosfera
(IPMA) na sua página da Internet.