Açorianos não pagarão "coisa nenhuma" por descontaminação na Terceira

O secretário regional Adjunto da Presidência para os Assuntos Parlamentares dos Açores assegurou esta quarta-feira que os cidadãos da região não irão pagar "coisa nenhuma" no processo de descontaminação ambiental na ilha Terceira devido ao uso militar das Lajes.


Autor: Lusa/AO online

"O Governo dos Açores, os açorianos e as açorianas não pagarão coisa nenhuma sobre a descontaminação na ilha Terceira", vincou Berto Messias, falando em debate na Assembleia Legislativa da Região Autónoma dos Açores (ALRAA).

Sublinhando que o assunto das Lajes e da descontaminação "é provavelmente o assunto mais debatido e discutido" no parlamento açoriano "na última década", o governante valorizou todavia um "conjunto de medidas, diligências e ações para monitorizar as zonas identificadas como contaminadas e para salvaguardar uma matéria absolutamente fundamental, a segurança do consumo da água do concelho da Praia da Vitória".

Há uma "nova fase política e até diplomática" neste ponto, insistiu, em debate a propósito de dois projetos de resolução de PSD e CDS-PP sobre o tema.

Recentemente, o presidente do Governo Regional dos Açores, Vasco Cordeiro, sublinhou também o "novo impulso" trazido pelo embaixador dos Estados Unidos da América (EUA) na questão da descontaminação ambiental na ilha Terceira devido ao uso militar das Lajes.

Há, diz o líder do executivo açoriano, a "necessidade de corrigir uma situação que deriva da presença norte-americana na base das Lajes", sendo que a "preocupação principal do Governo Regional tem a ver com questões de saúde pública".

Vasco Cordeiro reiterou esperar no final do primeiro semestre ou na próxima reunião da Comissão Bilateral Permanente, o que suceder primeiro, "resultados e evidências quanto ao trabalho que está a ser feito" no que se refere à descontaminação.

Também recentemente, na Assembleia da República, o ministro dos Negócios Estrangeiros afastou preocupações sobre a eventual contaminação da água na ilha Terceira, mas o Governo quer ver esclarecida a situação de alguns terrenos.

A "monitorização constante" que o Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) faz demonstra que "não há nenhum limiar de segurança em matéria de qualidade de água abastecida à Praia da Vitória que tenha sido violado ou infringido ou superado", disse no parlamento Augusto Santos Silva, ouvido na comissão de Ambiente sobre a descontaminação ambiental na base das Lajes.

Quanto à contaminação dos solos, a Força Aérea norte-americana e o LNEC identificaram 41 locais para análise, tendo sido referenciados quatro sítios contaminados.

O Governo dos Açores informou hoje que já fez chegar ao parlamento da região o relatório do LNEC de monitorização de água no concelho da Praia da Vitória.