Açorianos deslocados regressam a casa esta semana e viagens são reduzidas ao mínimo
Covid-19
2 de abr. de 2020, 09:47
— Lusa/AO Online
“Iremos
restringir todas as ligações aéreas e marítimas apenas àquilo que é
estritamente essencial”, afirmou o responsável da Autoridade de Saúde
Regional dos Açores, Tiago Lopes, numa conferência de imprensa, em Angra
do Heroísmo.Desde o dia 19 de março que
as ligações aéreas e marítimas inter-ilhas nos Açores estão reduzidas a
transporte de carga e ao transporte excecional de passageiros, com
autorização da Autoridade de Saúde Regional, devido à pandemia da
covid-19.No entanto, o volume de pedidos
de autorização avolumou-se e várias pessoas, incluindo doentes que se
deslocaram para tratamentos e consultas, continuam a aguardar pelo
regresso a casa.Sem precisar o número de
deslocados, Tiago Lopes disse que o levantamento destes casos estava
feito e que “até ao final da semana” estas pessoas regressariam à ilha
de residência.Depois disso, só serão autorizados “casos urgentes e emergentes”, relacionados com questões de saúde.“Estamos
num estado de emergência, a situação, tanto no continente como nas
regiões autónomas, é preocupante e a população, na sequência daquilo que
têm sido os nossos apelos, deveria estar também preocupada com a
situação e colaborar com as nossas orientações e recomendações”, frisou o
responsável pela Autoridade de Saúde Regional.Segundo
Tiago Lopes, a autoridade de saúde continua a receber “um volume
inexplicável de pedidos”, incluindo para férias, e há mesmo quem altere o
nome ou faça o mesmo pedido em delegações de saúde diferentes para
tentar viajar.“Não é compreensível e
aceitável que as pessoas continuem a pensar que podem circular
livremente na região e não é aceitável que se tente defraudar as
autoridade de saúde, naquilo que concerne aos principais motivos para
essas mesmas deslocações”, lamentou.Em
resposta às queixas de algumas pessoas por terem visto o seu período de
quarentena prolongado, o responsável defendeu que todas as pessoas
deveriam agir como se estivessem em quarentena.“Em
bom rigor, qualquer um de nós deve pensar e mentalizar-se que estamos
em quarentena. Estamos em estado de emergência, todos nós devemos estar
em casa e sair efetivamente só para aquilo que é estritamente
essencial”, reiterou.Desde o dia 26 de
março que os passageiros que aterrem nas ilhas de São Miguel e Terceira
(as únicas duas com ligações aéreas ao continente português pela TAP)
são obrigados a ficar em confinamento num hotel definido e pago pelo
Governo Regional, independentemente de serem residentes ou não.Com
o hotel Marina Atlântico, em Ponta Delgada, na ilha de São Miguel, já
cheio, os passageiros começam a ser colocados no Lince Azores, na mesma
cidade.Já em Angra do Heroísmo, na ilha
Terceira, o confinamento é feito no Hotel do Caracol, mas está já a ser
preparado também o Angra Marina Hotel.A
Autoridade de Saúde Regional anunciou ainda que, face à existência
de cadeias de transmissão local no arquipélago, vai passar a testar os
utentes que provenham da comunidade ou que sejam transferidos de
unidades hospitalares para as unidades de cuidados continuados e para as
estruturas residenciais de idosos, “no sentido de possivelmente
identificar casos positivos de infeção pelo novo coronavírus”.