Açoriana eleita para o Parlamento Europeu pelos Países Baixos
13 de jun. de 2024, 09:21
— Nuno Martins Neves
O Parlamento Europeu vai ter não um, nem dois, nem três eurodeputados
nascidos nos Açores. Ao todo, serão quatro os nascidos no arquipélago:
aos três eleitos por Portugal (Paulo Nascimento Cabral, pela Aliança
Democrática; André Rodrigues, pelo Partido Socialista; e Ana Martins,
pela Iniciativa Liberal), junta-se a terceirense Catarina Vieira, eleita
pelos Países Baixos.A jovem de 27 anos foi a número 10 da lista da
coligação PvdA/GroenLinks, partido que elegeu oito eurodeputados. Mas
como o sistema eleitoral neerlandês é diferente - os eleitores votam
diretamente no candidato, ao invés do partido, Catarina Vieira garantiu
um lugar entre os 31 que os Países Baixos têm direito ao Parlamento
Europeu.Natural da ilha Terceira, a açoriana estudou Relações
Internacionais em Lisboa e na Chéquia antes de emigrar para os Países
Baixos em 2017 com o seu companheiro. Antes de enveredar pela
política, trabalhou na organização não-governamental Rainforest Alliance
e foi conselheira política da União Europeia na organização
não-governamental Solidarid Network. “Desde 2022, faço parte da
delegação GroenLinks ao Partido Verde Europeu. Sei por experiência
própria que a realidade quotidiana dos diferentes residentes da Europa
varia muito. Ao mesmo tempo, só juntos poderemos enfrentar os nossos
desafios comuns, desde as alterações climáticas até às ameaças à paz.
Ainda há muito a fazer para garantir uma Europa verde no futuro, com
oportunidades iguais para todos”, explica na sua carta de apresentação.Em
entrevista ao jornal Luso, a eurodeputada açoriana eleita pelos Países
Baixos apresentou alguns dos pontos do programa do GroenLinks: “O bem
estar social e climático, o acesso a todos os transportes públicos com
preços acessíveis, a transição energética acessível, com também medidas
para reforçar o Estado de Direito, o cumprimento dos Direitos Humanos e a
nível internacional, a garantia de apoio à Ucrânia e à segurança dos
cidadãos europeus”. Catarina Vieira reconhece que os jovens são uma
minoria no Parlamento Europeu e, por isso, espera ser uma porta-voz das
suas reivindicações em Bruxelas. “Acima de tudo, quero ser uma candidata
que concretize a ambição dos nossos valores na Europa”.