Açores vão definir políticas da qualificação profissional para um horizonte de 10 anos
29 de abr. de 2021, 14:45
— Lusa/AO Online
Durante
a apresentação, que decorreu hoje no Teatro Micaelense, em Ponta
Delgada, Duarte Freitas avançou que o Fórum será composto por cinco
conferências virtuais (“webinars”) e por um evento presencial em
novembro.“Estes 'webinars' serão
associados a uma série de sessões participativas nas diferentes ilhas
que pertencem à rede de escolas profissionais da região”, declarou.Segundo
o secretário regional, os eventos virtuais irão decorrer entre “final
de maio e meados de setembro” e irão permitir fazer um “levantamento
prévio das necessidades e da visão coletiva de todos os intervenientes
sobre o ecossistema da formação” nos Açores.“Desta
reflexão resultará um livro branco, a editar em janeiro de 2022, onde
se consubstanciarão as reflexões produzidas e se apontarão as grandes
linhas de orientação das políticas de qualificação profissional para um
horizonte de 10 anos”, destacou.Duarte
Freitas realçou que, segundo os dados do Instituto Nacional de
Estatística, os Açores têm uma população ativa de 121.552 pessoas,
estando 6.950 pessoas inscritas nas agências de emprego da região,
segundo os dados mais recentes.Das pessoas
inscritas nas agências de emprego do arquipélago, 3.067 têm menos de 35
anos e 3.132 não têm o 9.º ano de escolaridade.O
governante disse ainda existirem 2.115 jovens com idade igual ou
inferior a 29 anos e que não têm emprego nem estão a estudar, o que
totaliza “30,36% do total dos inscritos nas agências de emprego”.“Tal
não será, infelizmente, surpreendente, na medida em que temos uma taxa
de abandono escolar precoce registada na região de 27%, mais de três
vezes superior à da média nacional, que é de 8,9%”, acrescentou.E
prosseguiu: “é nosso objetivo perante este cenário avançar, nos
próximos dois anos, com uma formação de largo espetro, aumentando as
qualificações básicas dos desempregados e introduzindo módulos de
formação nas medidas de inserção socioprofissionais”.Duarte
Freitas avançou que os programas ocupacionais vão ter módulos de
formação, defendendo que as “pessoas não podem permanecer seis a oito
anos em sucessivos programas de ocupação, na precariedade da
precariedade, sem ganharem novas competências”.O
secretário regional disse ainda ser “crucial” conseguir “melhorar a
perceção pública” sobre a formação profissional e conseguir formar
técnicos em áreas que “carecem de recursos humanos”.“Temos
de formar especialistas na área da transição energética e ambiental e
no campo da sustentabilidade da exploração dos recursos, potenciando
áreas de negócio focadas no aproveitamento dos recursos endógenos dos
Açores”, afirmou o governante do executivo regional, de coligação
PSD/CDS-PP/PPM. A comissão organizadora do
Fórum da Qualificação Profissional é composta por Fernando Diogo (em
representação do Conselho Económico e Social), Maria José Bicudo (em
representação da Universidade dos Açores), Domingos Borges (da
Associação Nacional de Escolas de Formação Profissional) e por Nídia
Inácio (representante da Secretaria Regional da Educação).