Açores são "terra de oportunidades" e de "muito futuro" para investidores
26 de ago. de 2022, 18:00
— Lusa/AO Online
José Manuel Bolieiro falava, na quinta-feira,
em Cambridge, nos arredores da cidade de Boston, na costa leste dos
Estados Unidos, num jantar com empresários e dirigentes associativos da
comunidade de emigrantes e descendentes açorianos e portugueses, no
Sport Club Faialense, que fez recentemente 50 anos de existência.“A
nossa geografia, que tem sido razão dos nossos condicionamentos, é uma
oportunidade agora de centralidade do planeta. As novas economias -
verde, azul, do espaço e do mar - transformaram os Açores numa terra de
oportunidades”, afirmou o chefe do executivo de coligação
PSD/CDS-PP/PPM, por ocasião de visita aos estados de Massachusetts e
Rhode Island, a decorrer até terça-feira.Bolieiro
lembrou que os Açores “têm os impostos mais baixos” de Portugal, também
para “criar competitividade na atração de investimento estrangeiro”.O
responsável pediu aos emigrantes e descendentes de açorianos que
transmitam ao mundo esta nova imagem de um arquipélago projetado no
futuro e que pensem nos Açores como um potencial investimento.O executivo está a desenvolver um gabinete que reúna toda a informação necessária para investidores estrangeiros, disse.“Acreditem
que os Açores têm muito futuro. Depois do ‘Brexit’, Portugal é
referência pela posição mo mar, e é por causa dos Açores”, frisou.O
presidente do Governo assinalou ainda a importância do arquipélago na
“estratégia para as comunicações, através dos cabos submarinos de fibra
ótica”. “Passamos a ser uma centralidade
sobre estudo do mar profundo, da coluna de água. Na economia do espaço,
temos também uma posição estratégica”, sublinhou. Deve, por isso, olhar-se o futuro “com ambição”, em vez de o fazer “com o queixume de ser pequeno e de fracas oportunidades”. “Os
Açores estão muito melhores do que quando vocês saíram para a terra do
sonho e das oportunidades, mas ainda não em condições ideais para fixar
as populações nas ilhas. A demografia é um problema. E, também, a
economia, porque não tem massa crítica para gerar desenvolvimento. Mas,
ou nos mantemos na crítica, ou criamos novas oportunidades”, defendeu. O atual executivo quer uma “economia de precisão que permite valorizar recursos da Natureza em vez de os esgotar”, salientou. “Estamos
empenhados nessa lógica. Vivemos numa perspetiva de progressiva
autonomia agroalimentar e marítimo-alimentar. Estamos a desenvolver essa
ideia de economia de precisão na agricultura e no mar”, acrescentou.Quanto ao turismo, a intenção é “não massificar”. “A nossa galinha dos ovos de ouro está na nossa Natureza. É preciso acrescentar, valorizar”, sustentou. “Quis
que esta visita fosse uma oportunidade de tratar o presente e o futuro,
e não apenas a história que nos dá a nossa identidade”, justificou.Para
Bolieiro, importa “dar um sinal” de compromisso, “com orgulho, com a
açorianidade espalhada pelo mundo”, mas também com o “agarrar de
oportunidades”.No encontro, o cônsul geral
de Portugal em Boston, Tiago Araújo, elogiou “a forma como os Açores
conseguiram reinventar a sua centralidade atlântica”. “Os
Açores estão a acolher alguns dos projetos mais inovadores que o país
tem em áreas como o espaço, os oceanos ou alterações climáticas. De
tesouro escondido transformaram-se num tesouro bem conhecido”, observou.