Açores recebem 315 ME ao abrigo da Lei das Finanças das Regiões Autónomas
10 de out. de 2023, 15:27
— Lusa
De acordo com a proposta do OE2024
disponibilizada no ‘site’ da Assembleia da República, a Região Autónoma
dos Açores vai receber 315.123.131 euros, mais 26,2 milhões do que os
288.869.692 euros previstos no Orçamento do Estado de 2023.Dos
315 milhões de euros previstos para o próximo ano, 203.305.246 serão
recebidos pelos Açores ao abrigo do artigo 48.º da Lei das Finanças das
Regiões Autónomas (transferências orçamentais) e 111.817.885 euros no
âmbito do artigo 49.º (fundo de coesão para as regiões
ultraperiféricas).Além destes valores, no
relatório da proposta do OE2024, no capítulo dos “fluxos para as regiões
autónomas”, refere-se que os Açores vão ainda receber 83.027.124 euros
de outras verbas, repartidas em 10,1 milhões com origem da administração
central, e 72,9 milhões da segurança social, totalizando assim 398,1
milhões para a região autónoma.Segundo uma
nota do relatório, o montante de outras verbas “inclui despesa de
juros, transferências correntes e de capital, subsídios, ativos e
passivos financeiros”.De acordo com a
proposta, o Governo fica autorizado a proceder às alterações orçamentais
e às transferências de verbas geridos pela Direção-Geral do Tesouro e
Finanças (DGTF), para a região autónoma dos Açores, nomeadamente “para a
entidade que vier a ser designada para assegurar os serviços aéreos
regulares, nas rotas não liberalizadas entre o continente e a Região
Autónoma dos Açores, e entre esta e a Região Autónoma da Madeira, até ao
montante de nove milhões de euros”.A
proposta admite que “as regiões autónomas podem contrair dívida fundada
para consolidação de dívida e regularização de pagamentos em atraso, até
ao limite de 75 milhões de euros por cada região autónoma”, mediante
autorização do membro do Governo das Finanças.O
documento prevê também a comparticipação à Região Autónoma dos Açores
dos montantes pagos aos operadores pela prestação de serviço público no
transporte interilhas no valor de 10 milhões de euros.A
proposta do OE2024 prevê igualmente que o Governo assegure a “efetiva
descontaminação dos solos e aquíferos no concelho da Praia da Vitória,
na ilha Terceira, atento o seu interesse nacional”.Em
causa está a contaminação de solos e aquíferos provocados pelo
armazenamento e pelo manuseamento de combustíveis e outros poluentes
pela Força Aérea norte-americana na base das Lajes.O
Governo fica autorizado a aplicar verbas inscritas no Fundo Ambiental
“na compensação dos custos a assumir pelo município da Praia da Vitória
com análises realizadas no âmbito do plano de monitorização especial da
água para abastecimento público no concelho” e “no projeto de execução
do reforço do subsistema de abastecimento de água de Agualva/Praia da
Vitória”.Identificada em 2005 pelos
próprios norte-americanos, a contaminação foi confirmada, em 2009, pelo
Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que monitoriza desde
2012 o processo de descontaminação.A
transferência de verbas para o município da Praia da Vitória ou para a
empresa municipal Praia Ambiente será concretizada mediante protocolo
celebrado com o Fundo Ambiental, tendo em conta “o valor despendido em
2023 por estas entidades, com análises realizadas no âmbito do plano de
monitorização especial da água para abastecimento público no concelho”.O
Governo apresentou hoje o OE2024 que revê em alta o crescimento do
Produto Interno Bruto (PIB) em 2023, de 1,8% para 2,2%, e em baixa de
2,0% para 1,5% no próximo ano. A proposta de lei prevê, igualmente, o melhor saldo orçamental em democracia, apontando-se 0,8% do PIB em 2023 e 0,2% em 2024.Após a entrega, o calendário indica que a proposta do OE2024 é discutida na generalidade nos dias 30 e 31 de outubro.