Açores recebem 288 ME, mais sete milhões do que em 2022
OE2023
10 de out. de 2022, 14:07
— Lusa/AO Online
De acordo com a proposta do OE2023 entregue no
parlamento e disponibilizada no ‘site’ da instituição, a Região
Autónoma dos Açores vai receber 288.869.692 euros, mais sete do que os
281.168.915 euros previstos no Orçamento do Estado de 2022.Dos
288 milhões de euros previstos para o próximo ano, 186.367.543 serão
recebidos pelos Açores ao abrigo do artigo 48.º da Lei das Finanças das
Regiões Autónomas (transferências orçamentais) e 102.502.149 euros no
âmbito do artigo 49.º (fundo de coesão para as regiões
ultraperiféricas).O documento prevê também
a comparticipação à Região Autónoma dos Açores dos montantes pagos aos
operadores pela prestação de serviço público no transporte interilhas
no valor de 10 milhões de euros.Ainda
neste âmbito está prevista uma transferência de 3.500.000 euros para a
companhia aérea SATA, de forma a “assegurar os serviços aéreos
regulares, nas rotas não liberalizadas entre o continente e a Região
Autónoma dos Açores e entre esta e a Madeira.A
proposta do OE2023 prevê igualmente que o Governo assegure a “efetiva
descontaminação dos solos e aquíferos no concelho da Praia da Vitória,
na ilha Terceira, tendo em conta a sua consideração como interesse
nacional”.Em causa está a contaminação de
solos e aquíferos provocados pelo armazenamento e pelo manuseamento de
combustíveis e outros poluentes pela Força Aérea norte-americana na base
das Lajes.“O Governo fica autorizado a
aplicar verbas inscritas no Fundo Ambiental na compensação dos custos a
assumir pelo município da Praia da Vitória com análises realizadas no
âmbito do plano de monitorização especial da água para abastecimento
público no concelho”, pode ler-se no documento.Identificada
em 2005 pelos próprios norte-americanos, a contaminação foi confirmada,
em 2009, pelo Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC), que
monitoriza desde 2012 o processo de descontaminação.Em
junho deste ano, as autoridades norte-americanas comprometeram-se a
instalar mais piezómetros (equipamentos de monitorização de aquíferos)
na ilha Terceira, para avaliar o impacto da contaminação.O
Governo garante, também, que vai dar "continuidade à concretização da
instalação da rede de radares meteorológicos" nos Açores, tendo por base
resoluções nesse sentido aprovadas pela Assembleia da República em 2010
e pela Assembleia Legislativa Regional em 2013.A
instalação desta rede está programada nas componentes Florestas e Mar
do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR), sendo o concurso público
adjudicado este ano e a instalação em 2023.“Este
é um elemento fundamental para a promoção da resiliência das áreas
atlânticas mais fustigadas por fenómenos meteooceanográficos extremos
cuja frequência tem aumentado como consequência direta da mudança
climática”, pode ler-se no texto do relatório do OE2023.Em
2023, o executivo diz que vai também prosseguir as “ações necessárias
para assegurar a substituição das interligações por cabo submarino entre
o continente e as regiões autónomas dos Açores e da Madeira, bem como
entre as respetivas ilhas.“Pretende-se
assegurar que as regiões autónomas sejam servidas por cabos submarinos
inteligentes de última geração. A melhoria da conexão entre os
diferentes territórios de Portugal, a par com a possibilidade da
introdução de sensores, traduz de forma clara a estratégia de Portugal
no quadro do Atlântico, afirmando-se como um gestor competente de uma
vasta área oceânica, reforçando-se a capacidade de monitorização das
áreas marinhas protegidas e promovendo-se a resiliência nacional face a
grandes desastres naturais”, justifica a tutela.