Açores querem referências claras da Comissão Europeia sobre taxas de fundos estruturais
22 de nov. de 2017, 15:14
— Lusa/AO Online
“Estranhamos
a ausência de referências claras à Política de Coesão para as RUP e às
taxas de cofinanciamento diferenciadoras para estas regiões, bem como
aos fundos estruturais, FEDER e FSE”, afirmou Vasco Cordeiro.O
presidente do Governo dos Açores falava na abertura da conferência “A
sociedade açoriana e a politica de coesão pós 2020”, no núcleo de Arte
Sacra do Museu Carlos Machado, na igreja do Colégio, em Ponta Delgada,
São Miguel.O
chefe do executivo açoriano sublinhou que a nova estratégia para as RUP
“é particularmente importante”, porque “desenha as propostas” a adotar
no futuro imediato e “antecede momentos chave da vida da própria União”,
mas disse estranhar "a ausência de referências claras à Política de
Coesão para as RUP e às taxas de cofinanciamento diferenciadoras para
estas regiões, bem como aos fundos estruturais, FEDER e FSE". “Apelamos,
por isso, à Comissão para que se comprometa, de forma clara e expressa,
quer com o nível de financiamento da Política de Coesão para as RUP,
quer com as taxas de cofinanciamento”, salientou Vasco Cordeiro.O
chefe do executivo açoriano referiu que “essa omissão pode ter sido
inconsciente”, mas sustentou que “se torna particularmente preocupante,
se tiver sido consciente e propositada” e “não pode, nem deve passar em
branco” e “deve merecer correção nas restantes etapas legislativas que
agora se iniciam”. Vasco
Cordeiro ressalvou que “a expectativa era que a Comissão Europeia
reafirmasse de forma clara alguns princípios nucleares da política
comunitária para com estas regiões” para superar “as dificuldades
específicas e estruturais com que estão confrontadas”.Citando
a anterior Comunicação, de uma estratégia para as RUP, de 2012, sobre
esta matéria, Vasco Cordeiro recordou que a mesma afirmava que “a
Comissão propõe que as RUP continuem a beneficiar de um tratamento
específico para as ajudar a usar da melhor maneira os fundos de
investimento disponíveis"."A taxa de cofinanciamento proposta é 85 %, independentemente do PIB da RUP", lembrou."Esta
nova Comunicação avança com a proposta de um novo modelo de governança
que, sendo positivo no que sugere de maior implicação dos Estados –
Membro e da própria Comissão, importa que não se sobreponha às
competências das entidades regionais das ultraperiferias a qual a
implementação desta parceria não pode beliscar de modo algum",
acrescentou.Vasco
Cordeiro considerou essencial que haja uma "aposta forte e ousada" na
politica de coesão e que "alie a solidariedade e o desenvolvimento
económico", acrescentando: "Nos Açores, mais do que simples
destinatários das políticas europeias, somos sujeitos da sua
concretização e da sua potenciação".Henri
Malosse, representante do Comité Económico e Social Europeu, frisou que
a história da Europa não é dada a conhecer suficientemente, lamentando
um afastamento dos cidadãos, devido a um défice de conhecimento do
projeto europeu.Sobre
as Regiões Ultraperiféricas, Henri Malosse considerou que não devem ser
encaradas como algo de anexo, destacando as vantagens das RUP e o seu
papel num modelo para a Europa.